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Divinópolis: conheça a história do Bairro São José

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Alunos do Colégio Polivalente, na Avenida Amazonas, no bairro São José, nos anos 70 / Acervo EmRedes.

Por Felipe Machado

Centro de Divinópolis visto do bairro São José, nos ano 70 / Acervo EmRedes.

Neste dia de São José, 19 de março, relembramos a origem do bairro São José, simbolo do crescimento, expansão e progresso em Divinópolis.

O bairro São José tem suas origens junto ao bairro Catalão, localidade onde se concentram moradores divinopolitanos desde o início do século XX. As primeiras ocupações ao entorno do Ribeirão das Flechas ocorreu após o ano de 1911, quando o ramal da ferrovia Belo Horizonte-Triângulo Mineiro chega à cidade, e alguns funcionários da estrada de ferro se estabelecem nas proximidades da via-férrea.

As primeiras construções se iniciaram no final das instalações das oficinas da Rede Mineira de Viação, no Esplanada, e vieram subindo o córrego, e a ferrovia, sentido oeste. 

Primeiras ocupações do bairro Catalão, por volta da década de 30 / Acervo Grupo Memória de Divinópolis.

Em 1936, o então prefeito de Divinópolis, Dr. Antônio Gonçalves de Mattos, realiza importantes obras viárias, que melhoram o acesso à nossa cidade. As principais eram a construção da estrada ligando Belo Horizonte, pela Avenida Diamante (atual Magalhães Pinto), no Niterói; e a saída para Formiga e Itapecerica, pela Rua Anita Garibaldi, no bairro Catalão. 

A melhoria desta via, com a construção de uma nova ponte sobre o Ribeirão das Flechas, e seu alargamento para duas pistas, potencializou o crescimento da região do bairro Catalão e além.

Mapa de Divinópolis, em 1938 / Arquivo Público Mineiro - SVOP (Secretaria de Viação e Obras Públicas MG) 133 - Serviço Geográfio de Minas Geraes, 1939.

Outro evento importante, também no final dos anos 30, ainda na administração de Gonçalves de Mattos, foi a aprovação da urbanização e loteamento dos bairros Vila Minas Gerais e a Vila Belo Horizonte, que iniciaram o crescimento da cidade sentido oeste. Nesse contexto, ficou de acordo o prolongamento das Ruas Minas Gerais (sentido cemitério), Rua Goiás, Rua Pernambuco e Rua Sergipe, e a criação de novas ruas, como a Rua Bahia, Rua Mato Grosso, Rua Maranhão, Avenida Amazonas, Rua Espírito Santo, Rua Paraná e a Rua Piauí. 

Bairro Catalão, acima à esquerda, antes do loteamento do bairro São José, com a abertura das ruas Paraná, Espírito Santo, Amazonas, Maranhão e Mato Grosso / Acervo EmRedes.

No final da década de 50, com o sucesso imobiliária da expansão do centro, no loteamento dos bairros Jardim Capitão Silva e Jardim Nova América, popularmente conhecidos pela sigla da imobiliária, SIDIL (Sociedade Imobiliária Divinópolis Limitada), Divinópolis partiu para novo empreendimento, sentido sul, continuando o alinhamento das mesmas ruas. Nascia deste projeto o bairro São José, que ocuparia até então a parte mais alta cidade. 

Anuncio de vendas de terrenos no bairro São José, em 1960 / Acervo Salete Michelini

O projeto funcionou, e o bairro São José foi um sucesso de vendas, expandindo as Ruas Paraná, Espírito Santo (agora com nome de Castro Alves) e Amazonas. Transversalmente, novas ruas foram criadas, homenageando figuras ilustres, na primeira parte do prolongamento do bairro catalão, e acima, cidades mineiras, no São José.

Vista do viaduto da Avenida Autorama para o bairro São José, nos anos 60 / Acervo Salete Michelini.

Em 1971 foi inaugurada, no ponto mais alto do bairro (e da cidade) a nova caixa d’água. O reservatório do bairro São José foi inaugurado pelo então prefeito, Dr. Sebastião Gomes Guimarães, com estrutura de 1.600 metros quadrados e capacidade para 5 milhões de litros de água. O fornecimento para as residências divinopolitanas teve início até o final daquele ano. 

O prefeito Dr. Sebastião Gomes Guimarães em visita as obras da Caixa D’água, em 1971 / Jornal A Semana.

O desenvolvimento do bairro veio também com infraestrutura. Escolas, como o Colégio Polivalente, E.E. Martin Cyprien, E.E. Halim Souki e a E.E. Henrique Galvão, além da Funedi-UEMG, CEFET-MG e, posteriormente, o Campus da UFSJ impulsionaram a educação na região. 

Alunos do Colégio Polivalente, na Avenida Amazonas, no bairro São José, nos anos 70 / Acervo EmRedes.

Em 1961, ainda nos primeiros anos do bairro, a Escola Estadual Henrique Galvão, inaugurada em 1958 no coração do Bairro São José, já contava com 690 alunos matriculados em seu terceiro ano em funcionamento apenas, segundo dados do Jornal A Semana, da época. 

E.E. Henrique Galvão, inaugurada no bairro São José em 1958 / Acervo EmRedes.

A paróquia, a Matriz de São José Operário, teve sua construção iniciada em 1956, com localização no prolongamento da Avenida Amazonas, esquina com a Rua Cataguases. Neste local, no início dos anos 50, alguns membros da igreja de Divinópolis já sonhavam em erguer um templo. Naquela época, o local ainda desabitado era distante do centro urbano, e servia como apoio para freiras, frades e padres catequistas da região. 

Catequistas na localidade do São José, no início dos anos 50. Dentre as figuras, ao centro, está a jovem Adélia Prado, que se tornaria ilustre poetisa divinopolitana / Acervo Grupo Memória de Divinópolis.

Em 1963, o Santíssimo Sacramento da Eucaristia foi trazido pela primeira vez a este local após procissão solene, realizada pelo Bispo Diocesano, Dom Cristiano e por Pe. Evaristo, partindo da Catedral do Divino Espírito Sanro para a Igreja de São José Operário. A Paróquia de São José Operário foi criada no dia 1º de maio de 1975, sob muitos festejos dos moradores da região e de toda a cidade. 

Matriz de São José Operário, na Avenida Amazonas, no bairro São José / Acervo Grupo Memória de Divinópolis.
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