Uma das coisas que eu mais gostava quando criança era andar pelos rios, lagos e cachoeiras de minha cidade natal. Algumas delas são exuberantes, mesmo mal cuidadas. Outras têm sua beleza peculiar, e também existiam aquelas que me alegravam o coração por não chamar a atenção de ninguém.
Mamãe sempre me disse, quando andares pelo mato e começar a relampear não fique embaixo de árvores sozinhas, procure ficar longe de pedras e tente se abrigar. A grande maioria das vezes eu ouviu e obedeci a esses conselhos. No entanto, um dia fui pescar na fazenda do “Raposo” apesar do Vô Benevides ter me dito que iria chover. Não acreditei que seria verdade, peguei minha vara, as iscas e fui para o rio.
Chegando lá “o mar não estava para peixe”. Se eu consegui pegar umas três piabas foi muito, então resolvi voltar. Neste instante a chuva caiu. Fiquei “ensopado”, não tinha um lugar no meu corpo onde a água da chuva não entrava. A chuva estava tão forte, que as gotas de água batiam em meus olhos e fazendo com que ardesse. Se eu vira o rosto entrava água no meu ouvido, quanto mais eu corria, mais forte parecia que a água batia sobre mim.
De longe vi uma árvore e resolvi me abrigar debaixo dela, quando estava a uns cinquenta metros dela caiu um raio e a partiu ao meio. Nunca mais me esqueci da cena. A árvore molhada ainda pegava fogo entre o tronco e pendia de lado no meio do pasto. O meu coração quase saiu pela minha boca, ele batia forte, parece que parava, acelerava novamente. Apertei o passo e cheguei primeiramente ao curral. Quando entrei lá dentro vovô disse: “eu falei que ia chover”.
Só o Senhor para nos guardar em situações de risco. Mesmo sabendo que não deveria me abrigar debaixo de uma árvore num dia de chuva eu iria me arriscar. Poderia ter morrido. Mas o Senhor preservou minha vida ao derrubar o abrigo primeiro. “Quando os nossos cuidados se multiplicam”, é assim que o salmista diz. Ele estava dizendo, quando as preocupações se apoderam de nossa vida, quando o mal tenta se alojar, a desesperança vem sobre nosso coração é hora de confiar no Senhor.
Ele completa sua frase: “as tuas consolações recreiam a minha alma”. Ou seja, restauram meu sorriso, restabelecem a confiança. No original hebraico a palavra recrear significa trazer satisfação, prazer, folgar, divertir. É como se ele afirmasse que quando a nossa paz é roubada pelos tormentos da vida, e é removida nossa esperança, o Senhor por suas consolações pode nos trazer plena satisfação. Mesmo que você saiba o que não deve fazer, mesmo sabendo que não deve temer, pois o Senhor é contigo. É durante um desafio como o que vivemos que o Senhor deseja preservar nossa vida, cuidar de nossa história, reestabelecer nosso futuro.
Pense nisso: Quando as dores assolarem seu coração, dúvidas prevalecerem em sua mente, o medo se instaurar sobre você. Mesmo quando você souber o que deve fazer, mas esteja fazendo diferente do que deveria, busque ao Senhor e creia no seu cuidado. Pois, verdadeiramente ele pode renovar o seu sorriso, e lhe trazer total e plena satisfação.
Um grande e forte abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo!
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que mesmo sabendo o que fazer às vezes falha. Mas confia no Senhor para restaurar todas as coisas.
