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Finanças: As 5 maiores quedas de março

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Um mês para ser esquecido

Assim como já havia sido em fevereiro, o mês de março não foi nada fácil para os investidores na bolsa brasileira.

Apesar do respiro nos 45 minutos do segundo tempo, com o mercado estranhamente reagindo de forma positiva à proposta de arcabouço fiscal do atual governo, o mês que passou foi marcado por elevados tons de incerteza e pessimismo.

O Ibovespa encerrou o período em queda de -2,9%, impulsionado pelo movimento negativo de cinco principais posições de sua carteira teórica, que comentarei adiante.

Desempenho do Ibovespa em março.
Desempenho do Ibovespa em março. Fonte: Bloomberg

Já o Índice de Small Caps, composto por empresas de menor valor de mercado, fechou março em baixa de -1,7%.

Ainda é cedo para afirmar o que pode acontecer em abril, já que os detalhes da âncora fiscal devem ser melhor digeridos ao longo do tempo e muitos economistas, gestores e analistas possuem opiniões distintas sobre a viabilidade da proposta.

Nós, da Nord, estaremos acompanhando de perto o desenrolar dessa história para informar nossos leitores e assinantes de tudo o que estiver acontecendo e suas consequências para nossa bolsa de valores.

Agora, sem mais delongas, vamos para as maiores quedas do mês de março.

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida entrou em março com o pé esquerdo, tendo divulgado aos seus acionistas mais um resultado decepcionante no 4T22 e que fez com que suas ações caíssem, em um único pregão (01/03), assombrosos -33%.

Os números da companhia foram impactados pela sinistralidade ainda em tendência negativa, com os reajustes de preços não sendo suficientes para compensar o aumento dos custos. Com isso, o Ebitda veio bem abaixo das expectativas do mercado e caiu -9% em relação ao 4T21.

Gráfico apresenta Ebitda ajustado e margem Ebitda.
Ebitda ajustado e margem Ebitda. Fonte: Hapvida

Além disso, a empresa segue com muitas dificuldades em capturar sinergias após a fusão com a Notredame e sua forte queima de caixa elevou novamente o seu endividamento.

Mesmo com o respiro na última semana após a injeção de liquidez da família controladora e a venda de 10 hospitais em uma operação de sale and lease back (vende e aluga de volta), as ações da Hapvida encerraram o mês de março registrando a maior queda do Ibovespa (-42%)

A companhia chegou a valer mais de R$ 55 bilhões na bolsa brasileira no momento da fusão com a Notredame, no final de 2020. Hoje vale cerca de R$ 19 bilhões (-66%), mas ainda assim é negociada por um múltiplo alto de 13x Ebitda.

3R Petroleum (RRRP3)

A 3R Petroleum foi a segunda mais impactada no mês passado, com suas ações caindo -25% no período.

O desempenho pode ser explicado, principalmente, pelo ofício do Ministério de Minas e Energia enviado à Petrobras no início de março pedindo a suspensão dos processos de venda de ativos da estatal pelo prazo de 90 dias.

A suspensão contemplava, inclusive, os ativos em processo avançado de conclusão, como é o caso do Polo Potiguar, maior aquisição da 3R após seu IPO e responsável por cerca de 40% de toda a produção projetada pela companhia no futuro.

Uma possível quebra de contrato poderia afetar drasticamente a visibilidade de crescimento para a petroleira junior.

Porém, após alguns dias de especulações e informações desencontradas, a 3R foi notificada pela própria Petrobras que não existiria motivo algum para suspender a transação, que já possui, inclusive, a aprovação da ANP.

Após a notificação, as ações chegaram a subir +13% no dia, mas não foi o suficiente para compensar a grande queda mensal.

Com a conclusão da aquisição do Polo Potiguar caminhando para um final feliz, a 3R mantém a ótima perspectiva de aumentar sua produção em mais de +570% até 2025, saindo de 15 mil barris diários (dados do 4T22) para mais de 101 mil.

Gráfico apresenta visibilidade de aumento de produção.
Visibilidade de aumento de produção. Fonte: 3R Petroleum

Negociando a cerca de 8,5x Ebitda, mesmo no pior cenário (sem Potiguar), RRRP3 continuaria sendo uma grande oportunidade em nossa bolsa de valores.

Postado originalmente por: Nord Research