A vitória fora de casa, na rodada anterior, desenhava um panorama ideal para o Atlético, enfim, voltar a vencer no Mineirão e acumular dois triunfos no Brasileiro. Mas os dois jejuns, que nasceram há dois meses, seguem vivos. Sentimento de total frustração no 1 a 1 contra o Bragantino.
O Galo abriu o placar, mas, outra vez, não conseguiu sustentar a vantagem. Simbólico que Alonso e Arana, dois protagonistas do ano passado, que não rendem o mesmo em 2022, tenham falhado no gol de Aderlan.
Também sintomático que Guga e Ademir, novidades na escalação, tenham construído o gol do Atlético. Ponto para Cuca, e também para jogadores reservas que demonstram fome de bola. Não que os titulares não tenham, mas falta, principalmente, contundência nas criações.
São chutes sem nexo de fora da área, por falta de opção (ou visão) para jogadas mais trabalhadas. Ou cruzamentos sem olhar, em bolas que vão para fora. O Galo não consegue avançar na tabela, segue estagnado em sétimo lugar.
O panorama só não é mais dramático porque o G-6 tende a virar G-7, por mais que o líder Palmeiras não esteja mais na Libertadores e na Copa do Brasil (o Flamengo está e pode ser considerado favorito em ambas).
Cuca não pode contar com Hulk, que fez falta. Até mesmo Alan Kardec seria opção interessante para um segundo tempo em que o Bragantino fechou a casinha, e o Atlético até conseguiu cruzamentos importantes (Sasha obrigou Cleiton a grande defesa, Nacho acertou a trave).
Até mesmo o fator sorte entra no cálculo para tentar entender os motivos que levam o Atlético a simplesmente não vencer mais em casa no Brasileiro. A torcida é a mesma – e Cuca até ressaltou a sua empolgação – os jogadores são praticamente iguais ao time titular de 2021. O que falta?
O Atlético é um time mais visado e estudado, mesmo assim, qualificou o elenco para tentar um diferencial. O sprint da reta final é adiado outra vez. Faltam 12 rodadas. São 40 pontos. A vaga na Libertadores tende a ser realidade, mas é preciso atacá-la, e não esperá-la cair no colo.
O próximo jogo será só no sábado dia 17. Período importante para Hulk se recuperar, bem como avaliar o desgaste de Matías Zaracho e tentar colocar Guilherme Arana em condições, após o lateral receber falta dura e sair do Mineirão praticamente carregado.
Um time que sempre incomoda fora de casa e tem a segunda melhor campanha de visitante no Brasileiro, é também totalmente oscilante no Mineirão. A antítese que os campeões do ano passado precisam quebrar para ontem na atual temporada.
Por Fred Ribeiro – GE
