fbpx
Pular para o conteúdo

Blog do Leo Lasmar – Não teve VAR, mas Cruzeiro deixou de fazer gols.

Image

O Cruzeiro saiu de campo frustrado com a derrota por 2 a 1 para o Remo, de virada, na Copa do Brasil. Há, claro, o sentimento ruim da torcida, do elenco e da comissãopelo erros de arbitragem terem definido o placar, mas também precisa haver a certeza de que os caminhos que levaram à derrota não passaram tão somente pelo apito.

O primeiro tempo, mais uma vez, foi de atuação pobre do setor de criação, assim como ocorreu contra Bahia e Brusque. João Paulo apagado, laterais com pouco espaço para subidas à linha de fundo – ou por dentro, com Rômulo –, e extremos nada efetivos.

Com a dificuldade para sair de pé em pé, romper as barreiras do Remo e criar jogadas, o Cruzeiro forçou as bolas pelos lados. O que fazia sentido, diante da marcação adversária. Mas Waguininho, o jogador mais acionado no um contra um, mostrou, mais uma vez, deficiência nessas jogadas. Não acertou nada. Jajá também foi pouco produtivo, apesar de ser quem mais buscou jogo.

Na segunda etapa, sim, o jogo funcionou melhor. Pedro Castro e Daniel Junior, que entraram no intervalo, deram mais qualidade à criação, fosse por dentro com apoio ou jogo pelas laterais.

Jajá tinha companhia e se destacou, transformando-se no melhor em campo. Foi ele quem sofreu o pênalti perdido por João Paulo e iniciou o lance, com jogada individual, do gol marcado por Rodolfo, aos 20 minutos.

Mas não deu tempo sequer do Cruzeiro explorar a vantagem. Levou o empate aos 25, e a virada aos 32. Lances com erro de arbitragem, é verdade, mas nascidos da bola parada que vinha assustando o time desde o primeiro tempo, com cortes malfeitos da zaga e saídas hesitantes de Rafael Cabral.

O Cruzeiro se perdeu na partida após levar os dois gols, assim como foi na estreia da Série B, contra o Bahia. O psicológico pesou e o time se desorganizou, errando em saídas de bola, posicionamentos defensivos e no acabamento de jogadas no ataque.

Poderia ter empatado. Teve chances claras para isso – e a falta de efetividade se mostra presente também em 2022. Mas o Cruzeiro também poderia ter voltado de Belém com desvantagem maior, tamanho desligamento nos 15 minutos finais de jogo.

Em determinados momentos, pareceu simplesmente ignorar que a decisão seria em 180 minutos, não apenas em 90. O psicológico, que parecia tão bem ao longo do Mineiro, precisa de ajustes.

E não é só ele. Pezzolano sofre com o desfalque de Canesin, mas precisa criar mecanismos para o Cruzeiro ser um time de criação mais fluida, de aproximação mais frequente, como foi durante 25 minutos da segunda etapa. O time não conseguiu ser consistente nos últimos três jogos, por isso perdeu dois (contra Bahia e Brusque), e ganhou outro (do Brusque) com gol somente aos 39 do segundo tempo.

O treinador também ainda sofre com as escassas opções para mudar peças e o estilo de jogo, principalmente no setor ofensivo, durante as partidas. Jajá chega mostrando que será útil, e é o que se espera também sobre Luvannor, Rafael Silva e Leonardo Pais, para aumentar o leque da comissão técnica.

O Cruzeiro, como um todo, passa por um momento de oscilação na temporada. O maior, até aqui. Natural, até em função do aumento do nível dos jogos e também dos problemas em relação ao elenco.

Acontece em um momento “bom”, onde há tempo para corrigir a rota. Admitir essa necessidade é o primeiro passo, que, inclusive, foi muito bem dado por Pezzolano, ao não querer transferir a responsabilidade do resultado para a arbitragem. Com mais peças na mão, aliás, o bom técnico uruguaio será mais cobrado.

Por Guilherme Macedo – GE

FUTEBOL MINAS FM