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Blog do Leo Lasmar – América vai se tornando um dos “grandes” do Futebol.

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Alguns números ajudam a dar a dimensão do feito do América. O confronto com o Barcelona de Guayaquil, que levou os mineiros para a fase de grupos da Libertadores em noite espetacular de Jaílson, opunha duas realidades: um clube estreante no torneio, com seis titulares que nunca haviam jogado pela competição sul-americana, e um rival que foi semifinalista na edição mais recente. No jogo desta terça-feira, o Barcelona usou oito jogadores que participaram do confronto com o Flamengo, em setembro passado.

Desde que a Libertadores passou a ser disputada ao longo de toda a temporada, e não comprimida num semestre, o Brasil ganhou mais vagas e levou equipes de meio de tabela no Campeonato Brasileiro para a competição. O resultado foi que, nas últimas quatro temporadas, pelo menos um time do país foi eliminado antes da fase de grupos. O que inclui clubes com conquistas continentais, como Corinthians, São Paulo e Grêmio. Mas o América resistiu. Se o Fluminense confirmar a expectativa e passar pelo Olimpia, no Paraguai, nesta quarta-feira, pela primeira vez o Brasil terá nove times na fase de grupos.

Sob o ponto de vista da oportunidade dada a clubes que, ao menos no formato antigo, dificilmente teriam acesso à Libertadores, é possível ver o torneio atual como inclusivo. Por outro lado, Brasil e Argentina podem ter, juntos, 15 dos 32 times da fase de grupos da Libertadores de 2022. Uma representação que, somada ao poder econômico dos dois maiores mercados futebolísticos do continente, tem dado certo ar de previsibilidade a uma disputa antes indomável. Desde 2017, só brasileiros e argentinos estiveram nas semifinais. Com uma exceção: o Barcelona de Guayaquil de 2017 e 2021. Foi este time que o América eliminou em sua primeira participação continental. Está longe de ser um feito banal, em especial para um clube com limitações de investimento.

O que espera o América é um desafio complexo, a começar por um calendário com que o clube nunca lidou. Após perder nomes como Ademir, Eduardo Bauermann, Zárate e Fabrício Daniel, ainda que tenha mantido uma base importante para 2022, o clube montou um elenco com orçamento restrito. E muito provavelmente será obrigado a fazer escolhas diante da quantidade de compromissos que vai enfrentar. No Campeonato Mineiro, disputado com reservas em várias partidas, o preço foi a eliminação na fase inicial.