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Rascunhos da Vida: Casinha do Vô Eurivaldo…

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Retirado do site: https://www.freeimages.com/pt/photo/chapeu-1567310

Todas as casas tem um cantinho da bagunça, um local destinado para guardar as coisas que pouco utilizamos ou que usamos em ocasiões especiais. A maioria das vezes está lá só para entulhar o local.

Lucas 12.13-21

Retirado do site: https://www.freeimages.com/pt/photo/chapeu-1567310

Na casa da Vó Gorducha tinha a casinha de costura (local onde vovó costurava, pois era costureira profissional), tinha o quintal e a “temível casinha” do Vô Eurivaldo. Local onde o vovô guardava suas ferramentas, pregos, parafusos, arruelas, registros de banheiro, peças de construção civil, e “parte do universo”.

Segundo Thiago meu primo era o quartinho do “Vô Perigo” (como vovô era muito bravo os mais novos deram esse apelido), e deveria ser um local onde nós não poderíamos ir. O acesso era proibido, pois criança não tem cuidado e poderia machucar, fazer bagunça ou estragar alguma coisa. Eu adorava ir atrás do vô “Rivaldo” toda vez que ele abria a “casinha do segredo”.

Um dia eu descobri onde ele escondia as chaves. Era na quinta volta da caída de água do telhado, se eu contasse da casa do “Nêgo” para a casa do Fernando, se a contagem fosse ao contrário era a volta de número vinte e sete. Eu precisava decorar o local exato, pois deveria colocar a chave no local novamente antes do “Perigo” voltar.

Então toda vez que o vovô ficava uns dias em Lagoa Santa com o Tio Tõe era hora de ir no “quartinho do segredo”. Eu adorava ver tudo que tinha ali, eu brincava com tudo e colocava novamente no mesmo lugar até jogava pó de areia sobre o local para ficar empoeirado novamente. Só achava esquisito porque o vô guardava um chapéu furado. Era um chapéu de palha sem a parte de cima, ele não tinha topo e ficava dependurado na parede do quartinho. Não sei por que alguém guarda um chapéu que não tem utilidade.

Quantas vezes guardamos em nosso coração aquilo que não é bom. Guardamos mágoa, dor, rancor, ódio. Reforçamos sentimentos de inveja, de cobiça, de usurpação. Desejamos todo o mundo em malefício do outro, desejamos afetar alguém para que tenhamos lucro ou êxito nos nossos desejos. Sentimentos imprestáveis, chapéus sem topo. Guardados, cravados na parede do nosso coração. Tão bem pregados que para retirá-lo deixará marcas profundas, e numerosa dor.

O que guardamos, ajuntamos ou valorizamos nesta terra não terá valia no julgamento de Deus. A única coisa que importa é estar firmado em Cristo. Tê-lo como Senhor e Salvador pessoal, alguém em quem verdadeiramente confiar. De nada adianta conquistar o mundo e perder a alma. O melhor investimento que fazemos não é em bitcoins, ouro ou ações, o melhor investimento é no Reino de Deus, pois ele sim é eterno e trará conforto e regozijo ao nosso coração.

Pense nisso, seus sentimentos, suas ações têm sido “chapéus furados”? Ou você tem investido realmente naquilo que vale a pena. Seu coração é um quartinho, ele pode ser organizado ou uma bagunça. Pode ser agradável ou totalmente desagradável. Seus sentimentos podem ser nobres, ou maus e de origem duvidosa. Reflita e busque guardar o que é bom.

Um grande e forte abraço!
Nos fraternos laços do amor de Cristo.

Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que não guarda “chapéu furado”.