Pelas ruas da cidade passam diariamente centenas de carros. Nas calçadas, vários pedestres. Todos os dias, a vida segue seu ritmo natural. É preciso trabalhar, para no fim do mês, pagar as contas e, depois, começar tudo de novo. Mas as ruas e calçadas, projetadas para facilitar a mobilidade urbana também dão lugar à indiferença, à tristeza e ao abandono.
Antes da pandemia, pessoas em situação de rua já ocupavam as calçadas nas ruas de Divinópolis. Com o coronavírus, a situação piorou ainda mais. Em 2020 quando veio à tona a pandemia, a prefeitura de Divinópolis havia identificado ao menos 200 pessoas em situação de rua. O seu João nasceu em Nova Serrana e está morando há cerca de dois meses no Terminal Rodoviário.
Quem mora na rua lida com vários problemas. O medo, a angústia, a fome. E se a insegurança alimentar atinge até mesmo quem tem um teto, para quem vive no relento, os dias são incertos. Ainda mais pra quem está machucado e precisa de tratamento, como é o caso do Valter.
Para garantir ao menos o alimento, voluntários do Centro Espírita Jesus de Nazaré saem às ruas para distribuir o jantar o todas as noites. O Valtenir está dormindo em uma praça no bairro Bom Pastor e recebe com gratidão o alimento.
Bairro Niterói, quinta-feira, três horas da tarde. Os voluntários se encontram todos os dias e preparam a refeição que, durante a noite, será entregue a quem mais precisa. Em média, são 30 marmitas produzidas. Os alimentos utilizados são fruto de doações.
Mais de duzentas famílias carentes de Divinópolis são atendidas pelo Centro Jesus de Nazaré. No último sábado de cada mês, essas famílias recebem uma cesta básica. A parceria do banco de alimentos e a entidade oferece, toda semana, 25 cestas de hortaliças para famílias carentes. A Débora é voluntária na cozinha e uma vez na semana, ajuda no prepara das refeições.
Praça do Santuário, quarta-feira, sete horas da noite. As marmitas preparadas durante à tarde saem para entrega. O grupo de quatro voluntários percorre as principais regiões da cidade em busca de pessoas que precisam de assistência. Uma delas é o Eduardo. Ele acabou se envolvendo com o álcool e agora quer uma vida nova.
Para quem se dispõe a sair às ruas todas as noites, não é fácil encontrar pessoas em situações tão precárias. Os voluntários chamam essas pessoas de irmãos. Mas não é simplesmente entregar a refeição. É um trabalho de acolhimento que pretende resgatar e dar dignidade a esses irmãos. Em Divinópolis, o Centro Jesus de Nazaré é uma entre várias entidades que prestam trabalhos assistenciais. Quem puder colaborar com o trabalho, doando alimentos, panelas e até o próprio tempo pode entrar em contato pelo telefone (37) 3214-8985.
