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Léo Lasmar comenta trajetória de Pelé: “Único campeão de 3 Copas, mais de 1.000 gols”

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Léo Lasmar

A majestade do futebol descansou. Morreu, na quinta-feira (29/12), aos 82 anos, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Dono do incontestável título de Rei do esporte mais popular do planeta, o brasileiro tricampeão da Copa do Mundo com a camisa da Seleção Brasileira e autor de mais de mil gols na carreira não resistiu a problemas de saúde e morreu devido a falência múltipla dos órgãos causada por complicações de um câncer no intestino. Ele estava internado desde 29 de novembro no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Para falar sobre a trajetória do Rei, o Programa Bom Dia Divinópolis, da Minas FM 104,1, recebeu o narrador esportivo Léo Lasmar.

Léo Lasmar ressaltou que para falar do Rei, tem que ter duas vertentes, sendo o Edson Arantes do Nascimento, e a outra vertente, o Pelé. “Apesar de serem a mesma pessoa, o Edson Arantes o cidadão, ser humano, teve suas falhas como todos nós temos, por isso, muitas vezes foi muito criticado por alguns. Agora falar do Pelé, jogador, podemos dizer que era uma entidade, um personagem, mas era o Pelé. Se colocarmos numa ordem, colocamos o nome do Pelé em primeiro lugar, e depois ninguém, ninguém e ninguém. Depois colocamos o Garrincha, Maradona, Messi e Ronaldinho Gaúcho, mas o Pelé está acima de todos eles. Um dos depoimentos de ontem que escutei dizia que o Edson morreu, mas o Pelé jamais. O futebol sempre será espelhado no Pelé. Isso vai continuar. Ninguém vai conseguir fazer o que o Pelé fez como jogador de futebol. O Pelé parou uma guerra, parou uma cidade porque pessoas não foram trabalhar porque queriam ver o Pelé jogar. O Pelé ao lado do Papa era a pessoa mais conhecida do mundo. Só pra se ter a dimensão de quem é o Pelé”, explicou Léo Lasmar. Acompanhe entrevista completa com Léo Lasmar, sobre trajetória e títulos do Rei; velório e sepultamento. A entrevista contou com participação também do repórter Samuel do Vale que entrevistou o Pelé em 1993, com exclusividade para a Rádio Minas FM:

Diagnóstico da doença:

O diagnóstico do tumor de cólon (intestino grosso) de Pelé foi feito em setembro de 2021, quando ele passou por uma cirurgia. Desde então, as visitas do ex-jogador de futebol à unidade hospitalar passaram a ser frequentes e programadas. Em algumas delas, o ídolo chegou a ficar na UTI. No início de 2022, foram identificadas metástases no intestino, no pulmão e no fígado. Na última internação, os médicos constataram que o tratamento de quimioterapia não surtia mais efeitos.

Com isso, o Rei do Futebol passou a receber cuidados paliativos para aliviar o desconforto e a dor. Pelé recebeu diversas homenagens de fãs, famosos e da comunidade do futebol na internet. Nos últimos dias, prédios e monumentos do Catar, país-sede da Copa do Mundo de 2022, receberam projeções com a mensagem “fique bem logo” desejando melhoras ao ídolo. Na última partida da Seleção Brasileira, contra Camarões, torcedores estenderam a mensagem em prol da pronta recuperação do ex-jogador de futebol em faixas e cartazes.

O Rei do Futebol recebeu diversas outras mensagens no mês que passou internado em São Paulo. Bastante ativo nas redes sociais, Pelé chegou a fazer uma publicações para agradecer o carinho. “Amigos, eu estou no hospital fazendo minha visita mensal. É sempre bom receber mensagens positivas como essa. Obrigado ao Catar por essa homenagem, e a todos que me enviam boas energias”, diz um dos textos, publicado dias após a internação, no Instagram.

O título de Rei

Quando tinha apenas 17 anos e era conhecido por poucos, antes mesmo de ganhar a primeira de três Copas do Mundo e de completar duas centenas de gols, o cronista Nelson Rodrigues reivindicava o trono para o garoto nascido em 23 de outubro de 1940, no Sul de Minas Gerais, que despontava no futebol brasileiro.

“Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: — dezessete anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis”, escreveu o jornalista, na Manchete Esportiva, em 8 de março de 1958. “Pois bem: — verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se imperador Jones, se etíope”, acrescentou. A crônica foi escrita quando Nelson Rodrigues presenciou quatro gols de Pelé, vestindo a camisa do Santos, contra o América-RJ.

Depois disso, ele não teve dúvidas. Com seu estilo literário, conseguiu pronunciar a História. Talvez tenha sido o primeiro a dizer que Pelé já era Pelé. “O que nós chamamos de realeza é, acima de
tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: — a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento”, escreveu Nelson Rodrigues.

O cronista alertou que o craque, aos 17 anos, já sabia que era o melhor. Não o melhor ponta, o melhor meia, o melhor atacante. Pelé tinha plena consciência que era o melhor em todas as posições. “Tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônias. Já lhe perguntaram: —
“Quem é o maior meia do mundo?” Ele respondeu, com a ênfase das certezas eternas: — “Eu.” Insistiram: — “Qual é o maior ponta do mundo?” E Pelé: — “Eu.” Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir.

Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção que ninguém reage, e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de
ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé”, garantiu o cronista.

Velório e sepultamento:

O velório de Pelé, o rei do futebol, será realizado na segunda-feira (2), segundo informações divulgadas pelo Santos Futebol Clube.  O corpo de Pelé será velado no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, em Santos. O corpo do rei do futebol deixará São Paulo e seguirá para o estádio na madrugada de segunda-feira (2).

O caixão será posicionado no centro do gramado. A previsão é que o velório comece às 10h de segunda-feira e seja aberto ao público. Segundo o Santos FC, o público que for ao estádio para se despedir de Pelé entrará pelos portões 2 e 3, com saída pelos portões 7 e 8. Já as autoridades terão acesso pelo portão 10 da Vila Belmiro.

O velório deve continuar até as 10h de terça-feira (3), quando será realizado um cortejo pelas ruas de Santos. O cortejo passará pelo Canal 6, onde mora a mãe de Pelé, dona Celeste, seguindo para o Memorial Necrópole Ecumênica para sepultamento reservado aos familiares.