fbpx
Pular para o conteúdo

Entenda por que o governo não pretende adotar o horário de verão

Entenda por que o governo não pretende adotar o horário de verão
Entenda por que o governo não pretende adotar o horário de verão Foto: freepik

O horário de verão é amado por algumas pessoas, mas também é odiado. Quem odeia esse horário, normalmente são as pessoas que precisavam acordar cedo para trabalhar, mas lamentam levantas nas manhãs mais escuras devido ao adiantamento do relógio em uma hora.

Do ano de 1985 até 2018, houve justificativa para a adoção dessa medida. Porém, em 2019, a medida foi extinta pelo então presidente Jair Bolsonaro e, até o momento, não há indícios de que o horário de verão será reintroduzido, mesmo com a mudança de governo.

Tanto a área técnica do Ministério de Minas e Energia quanto o próprio ministro da pasta afirmaram que, por ora, não há necessidade de adiantar os relógios este ano, principalmente devido às boas condições atuais de suprimento energético no país. Segundo a pasta, o planejamento seguro implementado desde os primeiros meses do governo garante essa estabilidade.

O ministro Alexandre Silveira também argumenta que não há indícios de que seja necessário adotar o horário de verão neste ano, pois os reservatórios das usinas hidrelétricas estão nas melhores condições de armazenamento de água dos últimos anos. Ele afirma: “O horário de verão só acontecerá se houver sinais e evidências de uma necessidade de segurança de suprimento do setor elétrico brasileiro. Por enquanto, não há sinal nenhum nesse sentido. Estamos com os reservatórios no melhor momento dos últimos 10 anos”.

Conforme o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os níveis de Energia Armazenada (EAR) nos reservatórios devem permanecer acima de 70% em setembro na maioria das regiões, o que indica estabilidade no sistema. Para efeito de comparação, em setembro de 2018, no último ano de implementação do horário de verão, a EAR dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, um dos mais importantes do país, estava em 24,5%. Este ano, esse percentual está em 73,1%.

Outro ponto que reforça a argumentação para não retomar o horário de verão no Brasil é o aumento da oferta de energia elétrica nos últimos anos, graças ao maior uso de usinas eólicas e solares. O professor de Planejamento Energético Marcos Freitas, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), observa que “o setor de energia, que costumava determinar essa medida, não vê a necessidade de adotá-la e não percebe grandes benefícios com essa ação”.

Quando o horário de verão foi criado em 1931, a intenção era otimizar a utilização da luz natural e reduzir o consumo no horário de pico, que ocorria entre 18h e 20h. Entretanto, nos últimos anos, houve mudanças nos padrões de consumo de energia dos brasileiros, com um aumento significativo no uso de aparelhos de ar-condicionado no período da tarde, tornando esse horário de pico menos relevante.

Além disso, a iluminação, que antes representava uma parcela significativa do consumo de energia, não desempenha mais um papel tão importante do ponto de vista elétrico. A implementação de políticas de eficiência energética levou ao uso generalizado de lâmpadas mais econômicas, como as fluorescentes, e eletrodomésticos mais eficientes.

O professor Freitas destaca que, atualmente, a climatização é o principal fator de consumo energético nas residências, substituindo a iluminação como vilã do consumo. Portanto, a reintrodução do horário de verão este ano seria mais uma questão de hábito da população do que uma necessidade real do setor elétrico. Ele comenta: “Eu pessoalmente aprecio o Horário de verão, gosto de voltar para casa com a luz do dia, acho a ideia simpática. No entanto, reconheço que há limitações, especialmente para os trabalhadores que precisam acordar muito cedo”.

Com informações Agência Brasil

Entenda por que o governo não pretende adotar o horário de verão
Entenda por que o governo não pretende adotar o horário de verão Foto: freepik