A contração muscular refere-se ao deslizamento da actina sobre a miosina nas células musculares, permitindo os movimentos do corpo.
As fibras musculares contém os filamentos de proteínas contráteis de actina e miosina, dispostas lado a lado. Esses filamentos se repetem ao longo da fibra muscular, formando o sarcômero.
O sarcômero é a unidade funcional da contração muscular.
Para que ocorra a contração muscular são necessários três elementos:
Entenda o passo a passo do mecanismo da contração muscular em uma fibra muscular esquelética:
O cérebro envia sinais, através do sistema nervoso, para o neurônio motor que está em contato com as fibras musculares.
Quando próximo da superfície da fibra muscular, o axônio perde bainha de mielina e dilata-se, formando a placa motora. Os nervos motores se conectam aos músculos através das placas motoras.
Os axônios do neurônio motor em contato com a fibra muscular
Com a chegada do impulso nervoso, as terminações axônicas do nervo motor lançam sobre suas fibras musculares a acetilcolina, uma substância neurotransmissora.
A acetilcolina liga-se aos receptores da membrana da fibra muscular, desencadeando um potencial de ação.
Nesse momento, os filamentos de actina e miosina se contraem, levando à diminuição do sarcômero e consequentemente provocando a contração muscular.
A contração muscular segue a “lei do tudo ou nada”. Ou seja: a fibra muscular se contrai totalmente ou não se contrai. Se o estímulo não for suficiente, nada acontece.
A contração muscular pode ser de dois tipos:
Quando o estímulo para, o cálcio é bombeado novamente para o interior do retículo sarcoplasmático e termina a contração muscular.
A energia para a contração muscular vem das moléculas de ATP (adenosina trifosfato) produzidas durante a respiração celular. Estas moléculas atuam na ligação de miosina à actina, ocasionando a contração muscular. Mas não é o ATP a principal reserva energética das células musculares.
É a fosfocreatina que nada mais é que grupos de fosfatos, ricos em energia, que são transferidos da fosfocreatina para o ADP (adenosina difosfato), que se transforma em ATP. No caso de trabalho muscular intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina, intensificando a respiração celular, utilizando o glicogênio como combustível.
O ATP atua tanto na ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular. Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis).
Entretanto a estimulação intensa e ininterrupta faz com que o músculo chegue ao máximo grau de contração. Então, o músculo permanece em contração, o que chamamos de tetania. E, um estado de tetania muito prolongada causa a fadiga muscular.
Quando um músculo chega ao estado de fadiga, após seu relaxamento, por um certo tempo, perde a capacidade de se contrair. Isto ocorre por deficiência de ATP, incapacidade de propagação do estímulo nervoso por meio da membrana celular ou acúmulo de ácido lático.
O tratamento para a contratura muscular deve levar em consideração a causa gatilho que está por trás da contração do músculo. Isso porque essa movimentação incorreta pode ser um alerta de mau posicionamento postural ou até mesmo estar associada a uma doença mais grave.
Em períodos de maior cansaço, quando houver muita tensão muscular e as contraturas forem recorrentes, é possível recorrer ao uso de relaxantes musculares. Além de ajudarem a relaxar, auxiliam também a aliviar a dor e a dormir melhor, pois o seu efeito relaxante sobre os músculos favorece o sono e o descanso do corpo.
Além disso, o sedentarismo também contribui para o surgimento das contraturas musculares, por isso se engaje em praticar alguma atividade física.
Como tratar uma contratura em casa
Tomar um banho de água bem quente, deixando se possível o jarro de água quente cair diretamente na região da contratura;Fazer um tratamento com uma bolsa de água quente ou toalha úmida aquecida na região dolorida, durante 15 a 20 minutos, de 2 a 3 vezes por dia;Massagear a região da contratura com movimentos fortes e circulares usando um creme hidratante ou óleo essencial relaxante, especialmente se sentir uma bolinha ou caroço;
Fazer alguns alongamentos, que possibilitem esticar e exercitar o músculo afetado, pois embora estes alongamentos possam inicialmente causar alguma dor, vão ajudar a aliviar a tensão na região da contratura, ajudando a relaxar o músculo.