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Aumento de herpes-zóster durante pandemia é estudado por pesquisadores

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As mudanças na rotina a que todos estavam acostumados antes da pandemia de covid-19, as alterações de humor e de hábitos alimentares vêm sendo verificadas por estudos como possíveis colaboradoras para o aumento de casos de doenças autoimunes e de saúde mental. Um exemplo é a herpes-zóster, doença infecciosa causada pelo mesmo vírus da catapora, que pode voltar a surgir durante a idade adulta provocando bolhas vermelhas na pele.

Para entender as causas do aumento dessa doença durante a pandemia, pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), desenvolveram o estudo “Increase in the number of Herpes Zoster cases in Brazil related to the Covid-19 pandemic” (“Aumento no número de casos de herpes-zóster no Brasil relacionados à pandemia de covid-19”). 

Segundo o coordenador da pesquisa, professor Hercílio Martelli Júnior, o estudo avaliou a frequência dos casos clínicos de herpes-zóster, em todas as macrorregiões brasileiras, comparando o período pré-pandêmico com o curso da covid-19. “Observou-se que, no período que antecedeu a pandemia, tínhamos 30,2 casos de herpes-zóster para cada 1 milhão de pessoas. Durante a pandemia, este número saltou para 40,9 casos por 1 milhão de indivíduos”, informa.  

Apesar disso, o coordenador destaca que ainda não é possível estabelecer os mecanismos imunológicos que podem estar envolvidos nestas alterações. “Mais estudos, com outras populações e diferentes desenhos metodológicos, irão ampliar a compreensão destes resultados clínicos”, observa. Além de Hercílio Júnior, também participaram do estudo as professoras da Unimontes Célia Maia e Daniella Martelli e o professor Luiz Fernando de Rezende, os professores Nelson Pereira Marques, da Unicamp, e Edson de Lucena, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).  

Métodos e resultados  

O estudo teve como objetivo reunir informações capazes de refletir a realidade de todas as cinco macrorregiões brasileiras (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul). A partir daí, foi feita análise dos dados quantitativos consolidados, extraídos do Sistema Único de Saúde (SUS) entre março e agosto de 2020, durante a pandemia da covid-19. “Para efeito comparativo, no mesmo período cronológico, foram adotados os dados de 2017 a 2019, período este pré-pandêmico”, informa Hercílio Júnior. 

Foi observado o aumento de casos em todas as macrorregiões do país. “Por exemplo, foi verificado este incremento da ocorrência de herpes-zóster, variando de +23,6% no Nordeste a +77.2% na região Centro-Oeste”, cita o pesquisador. No geral, o país teve um aumento de 35,4%, comparando o período de pandemia com o intervalo pré-pandêmico. 

O estudo foi concluído e os resultados podem ser verificados de forma mais ampla neste link. Hercílio Júnior destaca, porém, que o grupo está ampliando essa linha de estudo e que estão realizando avaliações de outras doenças que podem estar sendo influenciadas pela covid-19.

Herpes-zóster 

Conhecida popularmente como cobreiro ou zona, a herpes-zóster é uma doença contagiosa para aquelas pessoas que nunca tiveram catapora ou que não foram vacinadas, já que são doenças causadas pelo mesmo vírus. Contudo, diferente da varicela, a herpes-zóster não é transmitida por via respiratória. 

Uma das principais características do cobreiro é que a lesão não ultrapassa a metade do corpo, ou seja, a linha média que divide o corpo em duas partes: o lado direito e a lado esquerdo. Outra característica é que o vírus fica incubado no nervo e pode voltar a surgir a qualquer momento, principalmente quando há uma baixa na imunidade do sistema imunológico.