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Festa de Nossa Senhora do Líbano em Carmo do Cajuru: celebração da fé e cultura libanesa

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No dia 7 de maio, a cidade de Carmo do Cajuru se prepara para receber a Festa de Nossa Senhora do Líbano. Com uma programação variada de atividades, a celebração da Santa Missa no Rito Maronita será o ponto alto do evento, trazendo uma experiência única para aqueles que ainda não conhecem esta tradição.

A celebração será presidida por Dom Edgard Madi, Bispo da Eparquia Maronita no Brasil, e concelebrada pelo Monsenhor Michel El Bitar, da paróquia Nossa Senhora do Líbano em Belo Horizonte. A presença desses líderes religiosos traz um significado especial para a festa, e será uma oportunidade para os fiéis se conectarem com a sua fé de uma maneira ainda mais profunda.

Além da Santa Missa, a festa contará com apresentações musicais e uma grande variedade de comidas típicas, proporcionando uma experiência completa para os participantes.

Situado na região oeste do Estado de Minas Gerais, o Município de Carmo do Cajuru acolheu, desde o século XIX, vários imigrantes libaneses. Alguns deles foram: Amim Mattar, Nagib Mileib, Felipe Amim, Salma Mansur, Alfredo Mattar, Camilo Mileib, Moisés Bechelane, Massaud e Alfredo Rachid, Nagib Chalita. Os dois primeiros foram líderes na campanha pela emancipação municipal. Aqui se dedicaram ao comércio e à indústria. O crescimento da cidade exigiu a construção de uma igreja para os bairros Cidade Nova e Cidade Jardim, tendo a Sra. Neusa Lopes doado para isto um lote de terreno.

Em memória dos libaneses que viveram aqui e em todo o Estado de Minas, Pe. José Raimundo sugeriu ao Conselho Paroquial o título de São Maron ou de Nossa Senhora do Líbano, como padroeiro, tendo os conselheiros decidido pela segunda opção.

A primeira missa no rito maronita em Carmo do Cajuru e provavelmente em todo o Oeste de Minas foi celebrada na Matriz de Nossa Senhora do Carmo, pelo Pe. Michel Bitar e concelebrada pelos Padres José Raimundo Bechelaine e Francisco Cota, aos 31 de outubro de 1999. Participou do ato grande número de fiéis, entre eles grupos de descendentes de libaneses de Divinópolis, Itaúna, Cláudio, Itapecerica, Oliveira, Belo Horizonte e Carmo do Cajuru. Após a celebração, realizou-se um encontro deles com o Pe. Bitar, no salão paroquial.

No ano de 2000, construiu-se uma capelinha em honra de Nossa Senhora do Líbano, cujos alicerces foram abençoados por Dom Joseph Mahfouz, aos 07 de maio. Passou a ser rezada ali a missa semanal que era celebrada na Escola Municipal do bairro. Em 8 de dezembro de 2001, lançou-se a pedra fundamental da construção da Igreja de Nossa Senhora do Líbano. O belo projeto foi criado pelo arquiteto Luís Antônio Fontes, de Belo Horizonte. 3.2.3 Criação da paróquia Aos 29 de agosto de 2007, o Conselho Administrativo da Paróquia de Nossa Sra. do Carmo aprovou a proposta do Pe. Francisco Cota, no sentido de se criar a Paróquia de Nossa Senhora do Líbano. Fez-se o pedido ao bispo diocesano e ao Conselho Presbiteral, que aprovaram a solicitação.

A paróquia foi instalada aos 07 de dezembro do mesmo ano. Desde então, redobrou o entusiasmo da comunidade.

A construção.

No ano de 2000, construiu-se uma capelinha em honra de Nossa Senhora do Líbano, cujos alicerces foram abençoados por Dom Joseph Mahfouz, aos 07 de maio. Passou a ser rezada ali a missa semanal que era celebrada na Escola Municipal do bairro. Em 8 de dezembro de 2001, lançou-se a pedra fundamental da construção da Igreja de Nossa Senhora do Líbano. O belo projeto foi criado pelo arquiteto Luís Antônio Fontes, de Belo Horizonte. 3.2.3 Criação da paróquia Aos 29 de agosto de 2007, o Conselho Administrativo da Paróquia de Nossa Sra. do Carmo aprovou a proposta do Pe. Francisco Cota, no sentido de se criar a Paróquia de Nossa Senhora do Líbano. Fez-se o pedido ao bispo diocesano e ao Conselho Presbiteral, que aprovaram a solicitação.

A paróquia foi instalada aos 07 de dezembro do mesmo ano. Desde então, redobrou o entusiasmo da comunidade. (Texto de J. R. Batista Bechelaine)

A imagem.

A primeira imagem de Nossa Senhora do Líbano, bem pequenina, foi doada pelo Monsenhor Michel Bitar. Em 2001, o jovem cajuruense Jaime Mileib passou um mês no Líbano, de onde trouxe uma imagem de Nossa Senhora das Graças. Mas a atual imagem de Nossa Senhora do Líbano, que é venerada em Carmo do Cajuru, foi talhada pelo escultor cajuruense Maurício Gonçalves Rabelo e benta por Dom Joseph Mahfouz, aos 02 de maio de 2004. Dela está sendo feita uma reprodução em resina, em São João del Rei. A Capela de Nossa Senhora do Líbano e as obras de construção da sua igreja foram visitadas pelo novo arcebispo maronita do Brasil, Dom Edgard Madi, aos 23 de abril de 2007.

No mesmo ano, aos 03 de dezembro, aconteceu a honrosa visita do embaixador do Líbano no Brasil, diplomata Fuad Khouri. Grande devoto de Nossa Senhora, ao meio-dia ele rezou a oração do Angelus, diante da imagem, acompanhado por todos os presentes.

Já se tornou tradição, em Carmo do Cajuru, no primeiro domingo de maio, a festa de Nossa Sra. do Líbano, iniciada no ano 2000.

A Devoção Mariana.

A devoção dos libaneses à Virgem Maria chega aos primórdios da Igreja, pois os seus antepassados conheceram pessoalmente a Mãe de Jesus. Eles crêem que a intercessão da Santíssima Virgem e de São Maron salvou o Líbano de muitos perigos, mantendo a sua identidade e autonomia no correr dos séculos e confirmando-os na fé católica. Na ladainha de Nossa Senhora, os maronitas acrescentam uma invocação: “Ó Cedro do Líbano, rogai por nós”.

Em 1904, ano do cinquentenário da proclamação do dogma da Concepção Imaculada de Maria, foi oficialmente proclamado o título oficial de Nossa Senhora do Líbano. O patriarca maronita Elias Pedro Hoayeck teve a ideia de construir um monumento mariano, no cume do Monte Harissa, frente à Baía de Djuniche. Iniciada naquele ano, a construção foi inaugurada em 1908, nos 50 anos das aparições da Virgem Maria em Lourdes.
Compõe-se de uma capela circular em forma de torre; do lado de fora, uma longa rampa em espiral leva ao topo, onde se ergue uma imagem da Virgem Maria. Feita na França, a estátua pesa cerca de 14 toneladas. Tem os braços estendidos e as mãos abertas. Na cabeça inclinada para a frente, traz uma coroa de estrelas. O lugar é visitado por peregrinos de todo o Oriente e da Europa, inclusive por muçulmanos. Foram instalados teleféricos que transportam os visitantes desde a cidade de Djuniche, à beira-mar, até ao alto do monte, descortinando-se durante o trajeto um maravilhoso panorama.

Em 1954, completavam-se 50 anos da construção do monumento a Nossa Senhora no Monte Harissa e um século da proclamação do dogma da Imaculada Concepção de Maria. Neste ano, a imagem foi coroada pelo cardeal Ângelo Roncalli, que se tornaria, poucos anos depois o papa João XXIII.

Na antiguidade.

Situado no Oriente Médio, o Líbano é conhecido como o “país dos cedros”, porque na antiguidade parte do território era coberta de florestas de cedros, madeira de grande valor. Duas cadeias de montanhas se estendem na direção norte-sul, sendo denominada Monte Líbano a que margeia o Mar Mediterrâneo. O nome Líbano significa brancura, na língua siríaca; e leite, em árabe.

Antigamente era também chamado de Fenícia, por causa da civilização que ali floresceu. Biblos, a mais antiga cidade libanesa, onde foi inventado o alfabeto, data de 6000 anos antes de Cristo. Os fenícios eram excelentes navegadores e comerciantes. Em barcos de cedro, navegaram pelo Mediterrâneo e atingiram o Oceano Atlântico, tendo chegado às ilhas hoje chamadas de Cabo Verde, Açores e até à Grã-Bretanha. Há indícios de que tenham chegado às terras que hoje formam o Brasil. Davam o título de Baal (senhor) aos deuses mais importantes das cidades e tinham uma deusa principal, chamada Astartéia.

No Antigo Testamento.

O Líbano é mencionado dezenas de vezes na Bíblia. Quando decidiu construir o templo de Deus em Jerusalém, Salomão pediu ajuda ao rei de Tiro, rica cidade libanesa. Centenas de toneladas de cedro foram transportados da montanha libanesa para Jerusalém e também profissionais fenícios trabalharam na construção. (Ver 1o.Reis 5, 15-32 e 7, 13-45) No palácio real que Salomão edificou, havia um edifício chamado “Bosque do Líbano”, por causa do grande número de colunas de cedro, as quais lembravam a floresta libanesa.(1o. Reis 7, 2).

Em Sarepta, nas proximidades de Sidônia, outra importante cidade libanesa, o profeta Elias viveu um tempo e aí ressuscitou uma criança.(1o. Reis 17, 8-24).

No novo testamento.

Tendo vivido na Galiléia desde a infância até a idade adulta, Jesus certamente esteve em terras libanesas várias vezes, como também José e Maria, pois as duas regiões são vizinhas. Nos evangelhos, Jesus demonstra conhecimento a respeito das cidades libanesas de Tiro e Sidônia e seus habitantes.(Mt. 11, 21-22 e Lc. 10, 13-14) Ali Jesus realizou a cura de uma menina.(Mt. 15, 21-28; Mc. 7, 24-30)Depois de Pentecostes, a comunidade dos discípulos espalhou-se de Jerusalém para outros lugares. O Líbano/Fenícia foi, então, o primeiro país a receber o evangelho. É certo que os apóstolos Pedro e Paulo e outros discípulos lá estiveram, evangelizando e organizando comunidades.(At. 21, 1-6; 27, 3).

O rito maronita.

No século III, a Igreja estava já organizada institucionalmente, com um bispo em cada metrópole: Jerusalém, Antioquia, Constantinopla e Alexandria, no Oriente; e em Roma, no Ocidente. Cada um desses patriarcados possuía seu próprio rito litúrgico. A Igreja Maronita pertence ao grupo das igrejas católicas de rito oriental e tem como seu pastor imediato o patriarca maronita. Está em plena comunhão com a Igreja Católica Romana e com o papa. Nas celebrações, utiliza o rito chamado de maronita, que mantém ainda trechos em aramaico, a língua falada por Jesus. A origem e o nome do rito maronita remontam ao mosteiro de São Maron, na Síria. Maron foi um monge, que viveu no século IV.

Ainda moço, deixou a família e os bens e foi para as montanhas, perto de Antioquia, dedicando-se à oração e ao trabalho. Rígido defensor da fé católica no Oriente, reuniu muitos seguidores. Conheceu São Basílio e São João Crisóstomo.