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Caso Lorena: PC conclui homicídio doloso

Caso Lorena: PC conclui homicídio doloso
Caso Lorena: PC conclui homicídio doloso Foto: Arquivo TV Candidés

A Polícia Civil concluiu o inquérito do caso Lorena Marcondes, com o indiciamento dos responsáveis pela morte de Íris Martins, de 46 anos, após a realização de procedimento estético em uma clínica, localizada na Rua São Paulo, no Centro de Divinópolis, em maio. Segundo a PC, houve homicídio doloso. A biomédica responde em liberdade e desde agosto voltou a usar as redes sociais.

Uma coletiva de imprensa, foi realizada na manhã desta terça-feira (24), com os delegados de polícia Flávio Destro, chefe do 7° Departamento de Polícia Civil em Divinópolis, e Marcelo Nunes; além da perita criminal Paula Lamounier e médico-legista João Paulo Nunes.

Na ocasião, o delegado Flávio Destro, relatou que foram 5 meses de investigação, onde a Polícia Civil concluiu a responsabilidade da biomédica, que de fato houve homicídio doloso, embora eventual, aquele que você assume o risco de produzi-lo.

Em depoimento, o médico legista, João Paulo, informou que no exame da Íris Martins, ficaram constatas 12 feridas, em exames externos. “São feridas externas na região coluna, abdominal e no glúteo. As feridas estavam associadas como hemorragias no tecido da pele. Estas hemorragias tinham formato importantes, chamando atenção a forma linear. Posteriormente, nós procedemos o exame interno das cavidades, e encontramos na região abdominal ferimentos. A documentação do Complexo São João de Deus já tinha apontado, que foi feito com a chegada dela no hospital, uma tomografia computadorizada, já mostrando perda de tecido nos locais dos ferimentos. O próprio hospital já reforçava isso que constatamos. Analisando a perda hemorrágica e toda documentação hospitalar, comprovamos significativa perda sanguínea e choque hemorrágico. Houve intoxicação irreversível nos pulmões (pneumonia) e outros órgãos, o que levaram a uma condição fatal”, explicou.

Vale ressaltar que, segundo a PC, na clínica não tinha oxigênio, kit de ressuscitação, aparelho de pressão arterial, nada de registro para risco. Um carro foi encontrado com capa de almofada, com sangue impregnado, sendo que o sangue é da Íris Martins.

Sobre a Morte de Íris Martins

Iris Doroteia Martins morreu no dia 8 de maio deste ano, vítima de um procedimento estético em uma clínica no centro de Divinópolis. O estabelecimento pertencia a biomédica e influencer Lorena Marcondes.

Segundo informações da Polícia Civil, a paciente entrou na clínica por volta das 6h30. Íris teria pago R$ 12 mil por uma lipoescultura. Por volta das 10h20, o SAMU foi acionado e a vítima entrou em parada cardiorrespiratória e foi levada em estado grave para o Complexo de Saúde São João de Deus. Porém, ela não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital no mesmo dia. O Portal MPA teve acesso ao boletim de ocorrência, que constatou que não havia sequer o documento de risco cirúrgico e as provas também tentaram ser ocultadas. A Vigilância Sanitária interditou a clínica no mesmo dia.

Sobre as prisões, após o fato:

Na época, a Lorena e a técnica de enfermagem, Ariele Almeida, foram presas em flagrante e encaminhadas para o Presídio Floramar. Ambas foram indiciadas por homicídio com dolo eventual, isto é, assumindo o risco de morte. Dois dias depois, as prisões foram convertidas para preventivas.

Em 24 de maio, as duas acusadas receberam habeas corpus parcial e passaram a cumprir prisão domiciliar. Em junho, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), proibiu Lorena de exercer sua profissão, bem como utilizar as redes sociais. Além disso, a Justiça bloqueou R$ 100 mil de suas contas bancárias.

No dia 16 de agosto, o advogado Tiago Lenoir, conhecido pelo caso do ex-goleiro Bruno, pediu um habeas corpus total da biomédica. O TJMG a colocou em liberdade, alegando a demora no inquérito. O Portal MPA entrou em contato com a Polícia Civil, que disse que o laudo pericial segue em andamento. A decisão da 1ª Vara Criminal manteve a proibição de redes sociais. Entretanto, alguns perfis com o nome da biomédica foram encontrados.

No entanto, Lorena Marcondes está respondendo em liberdade desde 24 de maio.

Caso virou discussão política:

O crime tomou dimensões no campo da política da cidade. A Vigilância Sanitária havia recebido uma recomendação de que dia 19 de abril, que a Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis tomasse providências em relação à clínica da Lorena Marcondes, devido a problemas recorrentes relacionados ao alvará sanitário. As acusações se referem a uma denúncia de 2022, de um paciente que teve a boca deformada após um procedimento.

No dia 24 de maio o prefeito Gleidson Azevedo (PSC), foi denunciado no Ministério Público por supostamente ter beneficiado a clínica Lorena Marcondes em relação à Vigilância Sanitária. A biomédica já foi homenageada na Câmara Municipal pelo então vereador Eduardo Azevedo (PSC). Houve a suspeita de que a clínica não foi interditada antes por conta de uma possível amizade

Vereadores de Divinópolis pediram uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a postura do município no caso. O legislativo a denominou como “CPI da Permuta Estética”. O município negou interferência política.

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Caso Lorena: PC conclui homicídio doloso
Caso Lorena: PC conclui homicídio doloso Foto: Arquivo TV Candidés