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No Atlético aonde estão os gols? Ninguém sabe, ninguém viu.

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Jorge Sampaoli completou, nesse sábado, 24 jogos no comando do Atlético. O time fez gol em 22 partidas. As exceções foram a derrota por 1 a 0 para o Inter, na 5ª rodada do Brasileirão, e o empate sem gols contra o Sport. Esse foi, inclusive, o primeiro 0 a 0 da “era Sampaoli” no Galo – o time tem apenas outros dois empates com o treinador, ambos por 1 a 1. O tropeço diante do Leão deixa recados e liga um alerta importante

Apesar do domínio absoluto de posse e de volume de jogo durante os 90 minutos, o Atlético teve problemas na criatividade. As primeiras chances claras, que realmente deram trabalho ao goleiro Luan Polli, apareceram apenas nos últimos cinco minutos do primeiro tempo. Sintomas de um meio-campo pouco criativo e travado.

Desempenhos individuais de atletas que atuam na intermediária ajudam a explicar.  Alan Franco e Nathan tiveram atuações apagadas. O dono da camisa 23, inclusive, vem de outras atuações irregulares. Zaracho entrou no segundo tempo, mas a amostra ainda é muito curta.

O time dependia muito da individualidade de Keno, que atuou – quase que o tempo inteiro – em lado invertido, pela direita. Sampaoli explicou: previa uma marcação dobrada no camisa 11 pela esquerda e tentou explorar o outro lado. Tentativa válida, mas que não surtiu tanto efeito. Do outro lado, Arana atuava como um ponta, e Savarino mais por dentro. A ideia? Aumentar opções, criar ainda mais volume. Até aconteceu, mas não foi suficiente. O lateral foi bem, e o venezuelano fez jogo regular.

Keno, pelo ótimo “um contra um”, é figura central do time do Atlético. Errando ou acertando, cria muitas chances, finaliza, parte para cima, dá trabalho aos marcadores. Só que ele não vai resolver todos os jogos na individualidade. Contra o Sport, criou muito, mas também perdeu chances. O time precisava das outras peças, e elas não apareceram.

Por fim, é necessário destacar uma carência óbvia do elenco atleticano: o time precisa de um camisa 9 de ofício. Não necessariamente será titular absoluto, mas, em jogos assim, contra adversários fechados, um centroavante de força, que incomode e “prenda” zagueiros, faz falta. Eduardo Sasha tem prestígio com Sampaoli e é bom jogador, mas não é goleador e, sem a bola, as movimentações (seu ponto forte) para abrir espaço para os companheiros não têm sido decisivas.

Nas últimas cinco rodadas do Brasileirão, o Atlético venceu apenas um jogo. São dois empates e duas derrotas. Cinco pontos ganhos em 15 disputados. Os números recentes são ruins e, mais do que isso, o desempenho passa longe do que o time mostrou nas primeiras 13 rodadas. O Galo vinha sendo uma equipe extremamente eficiente em casa e “chata” (para os adversários) fora. Nas partidas recentes, não foi.

Nesses últimos tropeços, o Atlético sofreu gols em contra-ataques, teve queda de produção no setor criativo e muita dificuldade nas conclusões. A dúvida que fica é se isso foi uma oscilação natural (e curta) ou uma queda mais consolidada. Os próximos jogos darão a resposta. E são jogos bons para isso. Os duelos com o Palmeiras (fora) e com o Flamengo (em casa), dois dos elencos mais fortes do país, podem devolver o Atlético com convicção à briga pela ponta – ou afastar o time dela.