fbpx
Pular para o conteúdo

Estádio do Atlético ficará R$ 120.000.000,00 mais caro.

No dia 18 de setembro de 2017, na sede de Lourdes, o conselho aprovou a venda de 50,1% do Shopping, dinheiro que proporcionaria ao clube construir seu estádio próprio. Naquela ocasião, o Galo vendeu metade do centro comercial por R$ 250 milhões e orçava um gasto de R$ 410 milhões para erguer sua arena. Os R$ 160 milhões faltantes viriam de vendas de cadeiras cativas (R$ 100 milhões) e naming rights (R$ 60 milhões). A conta estava redonda e “fechada”. Hoje, 31 meses depois, a equação é diferente.

A primeira notícia de variação dos valores foi positiva para o torcedor atleticano: os R$ 250 milhões renderam durante esses 31 meses e, hoje, beiram os R$ 300 milhões. Por outro lado, se o dinheiro em caixa aumentou, os gastos previstos com a Arena também aumentaram. E em maior volume.

Bruno Muzzi, CEO da Arena MRV, revelou que o orçamento da obra, hoje, está em aproximadamente R$ 530 milhões. São R$ 120 milhões a mais que o valor inicial, mas a maior parte desse dinheiro (R$ 80 milhões) será gasta com obras “periféricas, as já famosas “contrapartidas” exigidas pelo poder público. São obras de trânsito e em equipamentos que serão usados pela comunidade. É de praxe esse tipo de exigência em grandes empreendimentos.

O reajuste no preço da arena em si, portanto, foi de aproximadamente R$ 40 milhões. O estádio, antes orçado em R$ 410 milhões, vai custar, segundo a projeção atual, R$ 450 milhões. Com a soma dos R$ 80 milhões previstos para as contrapartidas, chega-se ao valor de R$ 530 milhões.

Voltemos, então, à conta original. O Atlético-MG contava com R$ 250 milhões da venda de metade do Diamond Mall, com R$ 100 milhões da venda de cadeiras cativas e com R$ 60 milhões de naming rights (MRV). O valor arrecadado com a venda do shopping foi reajustado para aproximadamente R$ 300 milhões. Neste caso, somando os outros R$ 160 milhões, o Atlético teria R$ 460 milhões. Faltariam, ainda, R$ 70 milhões. E aí? Como a conta fecha?

O valor arrecadado com cadeiras cativas pode ser superior a R$ 100 milhões. Ainda segundo a apuração, uma cadeira cativa deve ter o custo médio (para o torcedor comprador) de R$ 25 mil(por 15 anos). De acordo com a última versão do projeto, a Arena MRV terá 4.470 cadeiras cativas. Esse número multiplicado por R$ 25 mil significaria uma receita total de R$ 111.750.000,00, quase R$ 12 milhões a mais que a projeção inicial. Ainda assim, faltariam quase R$ 60 milhões.

Questionada sobre isso, uma outra pessoa diretamente ligada ao projeto citou que há outras fontes de renda previstas, entre elas a venda de camarotes e acordos com empresas que explorarão algumas áreas do estádio, como o estacionamento e os bares. Viriam daí, portanto, os outros R$ 60 milhões (aproximadamente). A reportagem apurou que, no nascimento do projeto, a ideia era que esses valores arrecadados com camarotes e empresas parceiras não fossem usados na obra. Com as mudanças na conta, porém, tudo indica que isso será necessário.

A equação atual para que a conta da Arena MRV feche (com valores aproximados):

Custos previstos

  • R$ 450 milhões – estádio
  • R$ 80 milhões – contrapartidas
  • TOTAL: R$ 530 milhões

Receitas previstas

  • R$ 300 milhões – Diamond Mall
  • R$ 100 milhões (ou R$ 112 milhões) – cadeiras cativas
  • R$ 60 milhões – naming rights
  • R$ 70 milhões (ou R$ 58 milhões) – venda de camarotes e acordos com empresas parceiras
  • TOTAL: R$ 530 milhões