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Finanças: Quando todos decidem a mesma coisa

A porta é estreita demais para todo mundo ao mesmo tempo

Difícil de entender

Semana passada eu estava em uma confraternização de fim de ano com alguns velhos amigos. Lá pelas tantas, passamos a filosofar sobre o comportamento das pessoas em determinadas situações.

Um amigo comentou que é praticamente impossível entender a conduta de algumas pessoas que viajam de avião. É sempre uma luta, um stress, uma briga! Eu não tinha como discordar…

A batalha já começa no embarque, onde as pessoas se debatem para formar os benditos grupos. Depois de muita briga, caras feias, empurra daqui, espreme ali… todos conseguem, enfim, se acomodar — como se os assentos fossem sumir do avião.

Durante o voo, até que reina alguma tranquilidade.

Bom, hora de aterrissar — momento de ápice da ansiedade coletiva. Uma vez que o avião tocou as rodinhas no chão, já dá para ouvir os cintos de segurança serem desafivelados, em ritmo frenético.

Minutos depois, ao chegar no portão de desembarque, o bicho pega de vez: praticamente TODOS os passageiros se levantam juntos, sem mesmo que a porta da aeronave tenha sido aberta!

Realmente não dá para entender.

Não sei o que se passa na cabeça das pessoas naquele momento. Passar por cima dos outros passageiros? Sair correndo naqueles corredores estreitos?

Deixando de lado por um momento as restrições físicas da aeronave, imaginemos que seja factível um movimento em massa em direção à porta de saída… Teremos dezenas (ou centenas) de pessoas querendo passar pelo mesmo espaço, ao mesmo tempo… acho que não daria muito certo.

No mercado financeiro, em determinados momentos, temos exatamente esse tipo de comportamento: durante períodos de grande certeza (euforia) ou de incerteza (pânico), as pessoas tendem a apresentar o mesmo comportamento, em um curto espaço de tempo — o tal efeito “manada”.

A porta é pequena para muitas pessoas entrarem ou saírem ao mesmo tempo. A probabilidade de que alguém se machuque é grande.

Aconteceu esses dias

Abaixo temos o gráfico de um exemplo recente (e bem claro) desse tipo de movimento — euforia e pânico. Trata-se de General Shopping (GSHP3):

Fonte: Bloomberg
Elaboração: Nord Research

Notem que as ações da Empresa negociavam com certa estabilidade (até mesmo antes do período destacado no gráfico). Em apenas dois dias subiram cerca de 600 por cento e, depois de atingirem o patamar de 6 reais, rapidamente retrocederam para 2,25 — muita gente tentando sair pela mesma porta.

Imagine o investidor que porventura tenha entrado nessa “festa” lá nos 6 reais, esperando que a ação fosse subir ainda mais, e agora se vê com um investimento que vale metade (ou menos!) do que foi aplicado…

Perguntas complicadas

O que fazer? Segurar o investimento até que volte ao preço? E se nunca mais voltar? E se a alta não foi atrelada aos fundamentos da empresa? E se foi mera especulação?

Pois é, são perguntas complicadas.

Creio que, nesse caso em específico, provavelmente o risco incorrido pela maioria dos participantes foi desnecessário e nada aderente com o perfil de investimento de cada um.

Sim, é muito difícil ouvir que todos estão ganhando dinheiro no mercado e se sentir para trás. O ser humano tende a seguir o movimento da “manada” — é mais fácil errar em grupo do que sozinho.

Nosso papel

Acho que mediante o exemplo acima, vale ressaltar que nem toda festa é boa: às vezes, o melhor que podemos fazer é ficar em casa — ou “de fora”.

Nosso papel aqui na Nord é justamente avaliar o que vale ou não vale. E, através dos diversos produtos oferecidos, indicamos investimentos que possuem boa relação entre o risco e retorno esperado. Disciplina é nosso lema.

Contem com a nossa ajuda!

Um excelente 2020 para todos e até a próxima sexta-feira!

PS: Sigo com meu perfil no instagram (@crivelli.cesar) aberto para conversar com todos vocês.

Postado originalmente por: Nord Research

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