Finanças: O melhor tipo de investidor

Por Marilia Fontes

Fundei a Nord em abril de 2018. Antes disso, tinha passado por outra casa de análise. Antes ainda, passei 8 anos como gestora de fundos multimercado. Nesses 8 anos, não estava acostumada a conversar com meus clientes do fundo.

As captações dos multimercados normalmente são feitas por meio de um distribuidor com uma área comercial da casa. O distribuidor é geralmente qualificado e já conhece o funcionamento dos instrumentos existentes no mercado financeiro. Isso faz com que as discussões foquem apenas no cenário macroeconômico e no posicionamento da casa.

Como analista, percebi que isso não existia. Nossos clientes geralmente tinham pouco ou, às vezes, quase nenhum conhecimento sobre os títulos que operávamos. Sem contar que a confiança em tomar as próprias decisões ou ajudar alguém a investir eram muito baixas.

Antes de fazer as recomendações, o que era especificamente o meu trabalho, foi preciso gastar muito tempo elaborando materiais didáticos para ensinar e educar financeiramente nossos assinantes.

Depois de 6 anos como analista, meus relatórios contam com mais de 10 videoaulas sobre o mercado de renda fixa, como fazer a gestão da sua carteira e sobre como conferir os preços e a rentabilidade dos seus investimentos.

Esse trabalho me dá muito orgulho. Percebi, na época, que eu não podia fazer uma recomendação sem que o meu interlocutor tivesse uma boa base teórica e prática e, assim, entender o racional por trás da aposta.

Risco faz parte de um portfólio ganhador

Sempre digo que correr riscos no mercado é bom e necessário se você quiser ter uma rentabilidade acima da “taxa livre de risco do governo”, porém o mais importante de tudo é o investidor estar 100 por cento ciente dos riscos que corre.

Não dá para investir em um CDB de banco quebrado, por exemplo, achando que está fazendo um investimento conservador.

Também não dá para entrar em uma aposta olhando somente para o ganho potencial e desconsiderando que pode haver uma perda.