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Finanças: Foi complicado ser um investidor em 2022

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Olá, investidores,

Aqui é o Cesar Crivelli, analista de investimentos no exterior na Nord Research.

Se você começou a investir no exterior em 2022 e não desistiu, meus parabéns, você tem tudo para alcançar um patamar diferenciado ao longo da sua jornada.

Foi um ano extremamente difícil para a grande maioria dos melhores investidores ao redor do mundo, bem como para os gestores de recursos mais bem-sucedidos historicamente, cujos times são compostos pelas mentes mais brilhantes do mundo.

Muitas batalhas foram travadas e perdidas ao longo do ano, dado que a complexidade do cenário foi evoluindo e mudando rapidamente nos últimos 12 meses. Os que sobreviveram e ainda estão no jogo são, na minha humilde opinião, grandes vencedores.

A renda fixa deu errado

Normalmente os títulos de renda fixa são o grande porto seguro dos investidores, mas neste ano nem mesmo essa classe de ativos se salvou.

Foi a duras penas que a grande maioria dos investidores aprendeu que a renda fixa não é fixa; e que é possível – às vezes muito provável – perder dinheiro com um título de renda fixa, a depender do que acontece com as taxas de juros e a consequente marcação a mercado desses títulos.

Essas pessoas deveriam conhecer o trabalho da Marilia Fontes na série Renda Fixa PRO, inclusive ela é autora do livro Renda Fixa não é Fixa. Vou deixar meu presente de Ano-novo aqui neste link, onde você pode baixar o livro dela gratuitamente e aprender como as pessoas podem perder dinheiro com essa classe de ativo, considerada a mais segura por muita gente.

Este ano foi o pior em termos de rendimento dos títulos de renda fixa americanos (títulos de 10 anos do governo) nos últimos 94 anos (1928-2022). O segundo pior período foi em 2009, quando tivemos a crise financeira global. Percebe agora o tamanho da dificuldade a ser superada pelos melhores gestores do mundo?

Durante os últimos 94 anos, o investimento em títulos de 10 anos do governo norte-americano foi negativo em apenas 19 períodos, ou 20% da amostra.

Quem investiu em um título do governo norte-americano, lá no apagar das luzes de 2021, perdeu -14,4% até a semana passada.

Os juros subiram

E tudo isso aconteceu porque o Banco Central dos Estados Unidos teve de subir – e muito – os juros na maior economia do mundo. Quando os juros sobem, o valor presente do título cai, simples assim. Se por acaso você não entende como isso é possível, faça o download do livro da Marilia que você vai entender essa mágica com facilidade.

Os juros subiram bastante – e ainda devemos ter algum resquício desse movimento de alta no 1T23 – mas o que machucou mesmo foi a intensidade do movimento. Veja no gráfico abaixo que o ciclo atual de aumento de juros (linha amarela) aconteceu em um período de tempo muito inferior aos ciclos anteriores.

E por que os juros subiram tanto? Bom, desta vez foi culpa mesmo do Banco Central dos Estados Unidos. O colegiado, que possui nada menos do que as melhores fontes de informação do mundo, falhou vergonhosamente ao aceitar que a inflação estava ganhando força lá no final de 2021, e demorou a agir.

A inflação explodiu

Como mostra o gráfico abaixo, a inflação nos EUA chegou a quase 10% ao ano, o que é um verdadeiro choque para uma economia que historicamente convive com taxas ao redor de 2% a 3% ao ano. Na máxima deste ano ultrapassamos o pior pico de inflação dos últimos 40 anos em terras gringas, o que exigiu uma dose adicional de força por parte do Banco Central.

Fonte: Bureau of Labor Statistics

O ano foi péssimo para as bolsas de valores

A história por aqui não podia ser muito diferente. Com os juros em alta e diversos choques econômicos ocorrendo ao redor do mundo, seria praticamente surreal os mercados de ativos de risco apresentarem um ano positivo. Entretanto, o que mais assustou em alguns momentos foi a rapidez com que as ações se desvalorizaram.

Postado originalmente por: Nord Research