fbpx
Pular para o conteúdo
  • Home
  • NORD Research
  • Finanças: Desempenho da Bolsa em 2023 aponta para rali de fim de ano?

Finanças: Desempenho da Bolsa em 2023 aponta para rali de fim de ano?

Image

Decepção atrás de decepção

Tivemos um belo rali na bolsa entre março e agosto que parecia nos dizer que “agora vai”.

Mas o discurso duro do FED (o banco central americano) puxou os juros longos americanos para cima e derrubou as bolsas globais.

Em 2023, CDI sobe 11% e IBOV valoriza menos, 6%
Fonte: Bloomberg

Todos os fundos foram “estopados” com a puxada dos juros futuros (americanos).

O consenso é: a bolsa está barata, negocia nos menores múltiplos da história, mas falta fluxo.

Estava todo mundo preparadinho para entrar mais forte e o FED jogou água no chopp dos fundos multimercados. O FED “estopou” geral.

Tanto que, hoje, vejo apenas dois grandes riscos para a nossa bolsa (e para o rali de fim de ano):

– juros de 10 anos americanos;

– risco fiscal brasileiro.

O FED queria mais juros

Quem causou essa alta dos juros de 10 anos americanos foi o FED.

É fácil perceber. Em 25 de setembro, tínhamos as manchetes muito mais duras ou hawkish (sinalizando mais altas de juro):

Manchete do Bloomberg diz Juros de títulos americanos têm novo salto com perspectiva de maior aperto do Fed
Fonte: Bloomberg Línea

No entanto, mais recentemente, após a alta forte dos juros de 10 anos americanos, temos manchetes muito mais dovish (calmas):

Manchete do Valor diz "Fed pode manter juros se indicadores permanecerem estáveis"
Fonte: Valor Econômico

Aqui, vale uma explicação mais técnica. 

FED Funds vs. Juros futuros

O FED eleva ou reduz a SELIC americana (a taxa dos FED Funds), mas quem define os juros de longo prazo é o mercado.

No entanto, como as pessoas e empresas se financiam a uma taxa de juros longa (empréstimo de longo prazo), a taxa longa tem um enorme peso na contração das condições financeiras.

O FED subiu os juros de curto prazo (FED Funds), mas o juro longo não subia.

Juros nos EUA últimos 12 meses
Fonte: Bloomberg

Então, o FED, esperto que só ele, decidiu “falar grosso”.

E as taxas de juros de 10 anos subiram. Ponto para o FED.

Com as taxas mais altas, o FED pode retomar a tranquilidade (ser dovish com o mercado).

Os juros de 10 anos americanos podem voltar a se acalmar.

Lula e a mudança de discurso fiscal

Você lembra do discurso do presidente Lula em meados de janeiro e fevereiro?

Manchete do InfoMoney diz "Lula diz que saúde não pode ser refém do teto de gastos"
Fonte: Infomoney

Ele afirmava que deveria gastar com o social tudo o que gostaria e que não respeitaria nenhuma restrição de gastos.

Mas percebeu a mudança no discurso atual?

Manchete do Extra diz "Após reunião com Lula, governo descarta mudar a meta de zerar o déficit em 2024"
Fonte: Extra.globo.com

Se fosse para arrebentar as contas e repetir o que fez a Dilma, por que Lula mudaria o discurso?

Faz sentido voltar atrás no discurso ainda no primeiro ano de governo?