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Finanças: Desafios para os próximos 30 anos

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Olá, investidor.

Nas grandes produções de ficção científica, as reviravoltas, normalmente, acontecem depois de uma grande descoberta tecnológica que culmina em uma mudança de rumo para a humanidade.

Nos cinemas, o avanço da Inteligência Artificial e da robótica nos levam a histórias como Blade Runner (1982) e Minority Report (2002). As obras sugerem um novo mundo onde homem e máquina estarão mais integrados.

E se, de forma análoga a isso, estivéssemos prestes a passar por uma “mudança de era” no mercado de capitais? Como você adequaria a sua carteira para uma crise tão repentina e profunda?

A analista e sócio-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, junto ao analista de fundos, Luiz Felippo, protagonizaram uma LIVE, exclusiva para assinantes do Nord Fundos, para comentar as visões do futuro incerto do mercado de capitais.

Para eles, estamos passando por um momento macro ímpar e isso impacta diretamente a forma como investimos.

Trata-se de uma uma mudança tão grande frente ao que passamos nas últimas três décadas que as consequências dessa mudança vão pegar muitos investidores na contramão, e não queremos que você seja surpreendido.

É por isso que escrevemos este alerta.

Entenda que não há motivos para pânico, mas é importante que você leia nossas conclusões sobre o mercado.

Pano de fundo global

No panorama do mundo pós-Guerra Fria, tivemos anos de muita produtividade. O mundo se globalizou, as economias se integraram, começamos a distribuir cadeias produtivas, especialmente na China, porque lá é mais barato, e isso provocou um choque imenso (em termos de produtividade) para as economias globais.

Por sua vez, o país asiático obteve uma trajetória de crescimento mais elevada e se consolidou como uma economia exportadora, a preços mais baratos.

Novo cenário, novos caminhos

De acordo com Luiz Felippo, o futuro pode ser bem diferente do que foi nos últimos 20-30 anos. Ele entende que os ganhos da paz com o fim da Guerra Fria e a ampla globalização reduziram custos, amassaram a inflação e permitiram um crescimento global maior.

A inflação baixa, por exemplo, permitiu uma queda de juros grande no mundo, reduzindo para patamares muito baixos no mundo todo.

Gráfico à esquerda: produtividade global e americana (1970=100); gráfico à direita: tendência de queda – juro global de 10 anos.

No entanto, o que temos visto à frente é que essa dinâmica parece estar mudando.

Temos a maior inflação americana em 40 anos e o mundo todo está sofrendo com uma inflação maior. Isso já tem feito os bancos centrais reverterem suas taxas de juros para cima.

Gráfico: "Estados Unidos: a maior inflação desde os anos 80"

A guerra na Ucrânia, que chegou ao 67º dia, e a própria pandemia da Covid-19 tem feito os países repensarem os benefícios da globalização. Isso deve criar um mundo com mais inflação, pensa o nosso analista.

Os desafios de fazer uma transição energética, por exemplo, de modo a reduzir o consumo em derivados de Petróleo também são bem inflacionários.

O ponto central é: há boas chances de o mundo ser bem diferente daqui para frente.

A pergunta que vem a seguir é: como pensar a nossa carteira em meio a este cenário desafiador que temos à frente?

Agora que você já entendeu que o mundo de desinflação e juros para baixo dará lugar ao oposto (mais inflação e mais juros), queremos que você comece a pensar na sua carteira daqui em diante.

Os investimentos que foram bem nos últimos anos não necessariamente vão entregar os melhores resultados nos próximos anos.

A corcova da inflação

Marilia Fontes aponta que o Fed está mais ativo em subir juros nos EUA, e isso afeta o Brasil via a nossa moeda essencialmente.

Um real mais fraco significa mais inflação por aqui, o que atrapalha ainda mais o trabalho do Banco Central (BC) de trazer a inflação para a meta dos próximos anos.

Postado originalmente por: Nord Research