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Blog do Leo Lasmar – Cruzeiro liga de novo o sinal de alerta na tabela.

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O Cruzeiro, mais uma vez, tropeçou como mandante. Desta vez, 1 a 1 contra o América, vice-lanterna da competição. A zona de rebaixamento segue quatro pontos abaixo, mas o desempenho do time dispara o alerta tanto quanto a situação da tabela do Campeonato Brasileiro.

Em 105 minutos de clássico, o Cruzeiro foi inferior ao rival por 85. Um time que acumulou erros defensivos e ofensivos e praticamente não assustou o adversário, que, de fato, não merecia sair de campo com a vitória. Ao contrário, o América produziu o suficiente para vencer.

Os únicos minutos de bom futebol do Cruzeiro foram os primeiros de jogo. Um time que não era primoroso, mas explorava bem a velocidade pelos lados do campo, principalmente com Wesley e Arthur Gomes. Além disso, tinha paciência para trabalhar a bola quando o rival se postava atrás, com uma linha de cinco e outra de quatro jogadores.

O Cruzeiro não empilhava oportunidades, com alguma dificuldade natural diante de um adversário com estilo de jogo reativo. Mesmo assim, encontrou o gol em cobrança de escanteio.

Era o que precisava para destravar o jogo e poder, mais do que nunca, explorar a velocidade dos pontas e dos dois laterais que têm estilo de jogo ofensivo.

Mas esse cenário durou sete minutos. Benítez empatou para o América, aos 27, e “tirou” o Cruzeiro da partida. O time alviverde se impôs a partir de então, encontrando muitos espaços pelo meio e pela esquerda.

A Raposa, quando tinha a bola, não conseguia trocar cinco passes. Uma equipe nervosa, totalmente improducente e sem a intensidade necessária para marcar o rival.

As dificuldades defensivas não são exclusividade dessa partida. Apesar de o time ter um dos melhores desempenhos do Brasileirão no setor, há muitos jogos em que oferece oportunidades em excesso aos adversários.

Nem sempre elas se transformam em finalizações ou chances claras de gols, mas há uma exposição clara dos zagueiros, dos laterais e de Matheus Jussa. O Cruzeiro é um time que, principalmente no meio-campo, dificilmente está em superioridade numérica.

E foi exatamente isso que aconteceu diante do América, que conseguiu circular muito bem a bola pelo meio-campo, com aproximações e poucos toques na bola, colocando Matheus Jussa na roda.

Não por acaso o primeiro volante cruzeirense tem, há alguns jogos, saído extenuado. Lucas Silva não tem a intensidade de marcação necessária para ser segundo volante, ainda mais com Mateus Vital de armador central. O camisa 7 tem dificuldades para ocupar espaços sem a bola e, principalmente, para ser combativo.

Em relação ao setor ofensivo, a ideia de sacar Gilberto do time fez sentido. Evitava a presença em campo de um jogador pressionado, além de ter um pouco mais de mobilidade no ataque, uma vez que Vital, Wesley, Arthur Gomes e Nikão têm condições de aparecer, em situações dos jogos, em qualquer uma das quatro funções. Isso, na teoria. A prática foi ruim.

O Cruzeiro foi totalmente estático. Pouquíssimas foram as vezes que Nikão saiu da função de “falso nove”, assim como Vital não deixou a faixa central de campo, e Wesley e Arthur Gomes não saíram das laterais.

Um time previsível e que chegava à área com pouquíssima presença. Os zagueiros do América praticamente não tiveram problemas na proteção da meta.

Nada se tira de bom da partida desse domingo, quando o Cruzeiro teve uma defesa exposta e um ataque inoperante. Por isso, o contexto da derrota preocupa muito mais do que o resultado em si.

Além da atuação fraca, segue a sina do péssimo desempenho de mandante, além de um aspecto psicológico que aparenta cada vez mais fragilidade. O gol do América derrubou o time em campo.

A zona de rebaixamento está a quatro pontos. Ainda há quatro times entre o Cruzeiro e o Z-4, mas com uma sequência preocupante pela frente: Cuiabá (F), Flamengo (C), Atlético (F), Bahia (C) e Fortaleza (F).

Para um time que não vence em casa e tem atuação ruim contra o vice-lanterna, é necessário, mais do que nunca, comemorar cada vitória e seguir com a contagem regressiva para o número mágico de 45 pontos. Sul-Americana será lucro.

Por Guilherme Macedo – GE