Num duelo de rotação e intensidade, o Atlético teve um clássico casca dura pela frente, e precisou do brilhantismo individual de Hulk para conseguir marcar o gol que evitou a derrota para o Cruzeiro no Independência.
O camisa 7 está num patamar muito alto na história do Atlético. São quatro gols em quatro clássicos contra o maior rival. E, outra vez, um gol em cobrança da falta, a sexta pelo Galo. Início de ano brilhante.
Um segundo tempo de desorganização tática em bons momentos, de erros de passes e posicionamento, que gerou preocupações. Nada que crie qualquer tipo de alarde, é verdade. Mas o Galo poderia muito mais diante do maior rival, pela qualidade individual principalmente.
O técnico Eduardo Coudet manteve o mesmo time – e a mesma tática – da vitória contra o Democrata SL na semana passada. Os dois laterais – Mariano e Dodô – não foram bem. O primeiro ainda busca melhor ritmo de jogo (havia estreado contra o Jacaré), e o lateral esquerdo sofreu com a entrada de Wallison, no segundo tempo.
O Cruzeiro vinha cambaleante no Mineiro. Assim como o Atlético, é um time reajustado, com muitas caras novas. Mas está degraus abaixo do Galo, nitidamente. Porém, atuou com muita determinação parar minimizar a diferença. Conseguiu.
O Atlético demonstra um estilo de jogo de toques rápidos, triangulações, evita ligações diretas, mas precisa melhorar quando a jogada vai para a linha de fundo. Paulinho, que é a grande contratação da temporada, não conseguiu se sobressair. Pedrinho, um titular aposta de Coudet, fazia um bom jogo, aparecia muito, dava combate, tentava ligações de contra-ataque, mas vacilou no gol marcado por Bruno Rodrigues.
Vacilo também de Mariano. A bola saiu da área da Raposa, quando uma outra bola estava em campo. O lateral direito tirou o objeto que não estava em disputa para um lado, e depois lançou uma bola na fogueira para o outro, onde só havia Pedrinho. O meia não conseguiu a cabeçada, e foi superado por Wesley. O goleiro Everson saiu esquisito do gol. A cobertura tripla em Bruno Rodrigues não adiantou, e o Galo saiu atrás do placar.
Sentiu o golpe, ficou nas cordas, e pouco atacava. Quando conseguia jogadas de perigo, a bandeira levantava para o impedimento. Paulinho e Edenilson fizeram gols invalidados. Havia um nervosismo dos dois lados com a arbitragem. Hulk, que não vinha fazendo um jogo de destaque, resolveu para o Galo em linda cobrança de falta.
O Atlético pode muito mais, Coudet sabe disso. E ainda é um começo de trabalho. Não tem um mês de jogos do clube em 2023. Ainda que a Libertadores bata à porta – estreia em 22 de fevereiro -, é um novo estilo de jogo sendo encutido em um time que estava acostumado a jogar com pontas, e que ganhou (e ganhará) várias caras novas.
Por Fred Ribeiro – GE