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Blog do Leo Lasmar – Cuca é o melhor?

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O Atlético não conquistou nada grandioso em 2021. Ainda. É líder do Brasileiro, com larga vantagem, e confirmou vaga na final da Copa do Brasil. Já é possível afirmar, sem muito receio de apedrejadas: Cuca está no patamar mais alto do olimpo entre os técnicos da história do clube. Como um ídolo é medido? Títulos, identificação, carisma, longevidade? Cuca tem tudo isso.

E a história há de contar que o técnico que ajudou a colocar o Atlético em mais uma decisão de título de peso, e que lidera o Brasileiro com a melhor campanha da história do clube nos pontos corridos (em termos de percentual), precisou superar o olhar desconfiado em parte da torcida.

No Castelão, a estratégia de Cuca foi certeira. É um treinador muito mais maduro do que da outra passagem, em suas decisões táticas e técnicas. Poupou peças, fechou a área, se protegeu e queimou relógio. No segundo tempo, Diego Costa e Hulk fizeram os gols da vitória por 2 a 1 contra o Fortaleza, 6 a 1 no placar agregado.

Em 50 anos na busca pelo bicampeonato brasileiro, o Atlético teve uma lenda no posto. Telê Santana, marcante, campeão nacional, de outras campanhas memoráveis, retornou após duas Copas do Mundo pelo Brasil. Mas ninguém colocou tanto o Galo no caminho das glórias igual Alexi Stival.

O título mais importante da história do Atlético já tinha Cuca no comando técnico. Libertadores 2013, sofrida, com um time que tinha Ronaldinho Gaúcho, e fez o Brasil inteiro ficar vidrado nas “remontadas”. O Galo de 2021 é bem diferente, consolidador de sua trajetória. Se irá ser campeão, só dezembro (ou novembro?) irá dizer com certeza.

Cuca se acostumou a fazer grandes equipes, brigar, remar, esticar o braço, mas ver taças importantes escaparem. No próprio Galo, em 2012, foi assim, nos pontos corridos. E a Libertadores 2004 pelo São Paulo, a Sul-Americana 2009 no Flu, com certeza não saem da mente do técnico.

Nem tudo são (ou foram) flores. Ele chegou perdendo seis seguidas em 2011, conseguiu a escapada do rebaixamento, mas fechou o ano na maior goleada já sofrida do Galo para o rival Cruzeiro, o 6 a 1. Até mesmo em 2013, houve a saída para o futebol chinês durante a disputa do Mundial, que se encerrou sem o Atlético na final.

Atlético foi finalista da Copa do Brasil com Levir Culpi (campeão em 2014) e Marcelo Oliveira (vice em 2016). Levir também está bem colocado no ranking de técnicos do Galo, com incríveis cinco passagens. Mais um treinador natural de Santa Felicidade, em Curitiba, que mudou a história do Atlético.

No retorno, em março/abril, sofreu forte pressão para resultados imediatos. Foi questionado, se incomodou com abordagem nas perguntas da imprensa, chegou a pedir 10 dias para ajeitar o time antes da Libertadores. Precisou de tempo maior, mas fez (outra vez) a melhor campanha da fase de grupos. Ficou a um gol (de fazer ou de não tomar) de levar o Galo à final continental.

O relacionamento teve mais altos do que baixos, mais afeição do que repulsa. Cuca e Galo estão, mais do que nunca, ligados para sempre.

“O Atlético é azarado. Eu também sou azarado…. Mas você vê que não é assim. Não é que eu ganhei agora que tenho sorte. O trabalho é diferente de sorte ou azar. E temos que ter fé no que fazemos –
— Cuca, logo após ganhar a Libertadores 2013.
 
Pés no chão. Esse é o discurso adotado internamente no Atlético, e Cuca é o primeiro a dizer isso em cada coletiva. Mas, independentemente de como 2021 irá acabar para o Galo, de muitas glórias ou frustração, Cuca já tirou os pés do chão e flutua para o lugar mais alto entre todos os técnicos que já passaram pelo clube.
 

FUTEBOL MINAS FM

Por Fred Ribeiro – GE