O Cruzeiro venceu e convenceu, mais uma vez. Goleou o Pouso Alegre por 5 a 1, com um placar construído de forma natural, mesmo diante de mais um time que joga com proposição de jogo defensivo. Vitória importante no Mineiro e atuação que dá confiança para a construção do trabalho.
O adversário, lanterna do Mineiro, tem muitas fragilidades, apesar de quase ter eliminado o Coritiba, da elite nacional, na Copa do Brasil. Mas o Cruzeiro mostrou, mais uma vez, que nas mãos de Paulo Pezzolano tem mais facilidade para furar bloqueios (que serão constantes na Série B).
O primeiro tempo foi mais enroscado. O Cruzeiro marcava a saída de bola e dava velocidade quando tinha a posse, com aqueles famosos passes que “quebram linhas”. Mas, em vários momentos, a velocidade acabou se transformando em ansiedade. Muitas tentativas de ligações diretas em vão.
Mas o que saltou aos olhos foram as jogadas ensaiadas, principalmente em bolas paradas, que podem definir ou desenroscar partidas como essa. E quase teve esse papel aos 12 minutos, em uma cobrança de escanteio para a meia-lua, dominada e finalizada por Rafael Santos. Mais um exemplo de que o Cruzeiro é um time bem treinado.
O lado negativo do primeiro tempo foi o gol do Pouso Alegre. Ainda que haja reclamação de falta sobre Canesin, a frente da área do Cruzeiro precisa ser melhor protegida, mais povoada. Mas deu para ver, também, que houve evolução no que diz respeito à recomposição quando se perde a bola. O tempo e o trabalho vão sanar – ou ao menos minimizar – essas questões.
O segundo tempo foi mais tranquilo por conta do gol marcado por Waguininho, no apagar das luzes da primeira etapa. Outro ponto positivo do time do Cruzeiro: a boa resposta aos momentos negativos, principalmente aqueles em que leva gols. Com exceção aos clássicos, onde outros fatores estiveram envolvidos, o time sempre correspondeu bem a esses momentos.
O gol de João Paulo, aos 10 minutos, praticamente definiu a partida. Os outros dois foram consequências, e o de Rafael Santos também exemplificou o treino (pela saída rápida com três homens) e a visão da comissão técnica para mexer durante o jogo: participação de dois jogadores colocados para a transição rápida (Leque e Bruno José).
A goleada no Mineirão também mostra boas coisas em relação às individualidades. Oliveira segue evoluindo, Canesin está pedindo espaço e mostrando que chega para brigar por posição, e Daniel Junior se firma cada dia mais como profissional.
A forma como o Cruzeiro jogou e respondeu ao que o jogo pediu faz com que o time chegue com mais confiança para o duelo com Tuntum, que será completamente diferente em função de ser mata-mata, ter um adversário empolgado e em um campo de qualidade que, certamente, não propicia o jogo da Raposa. Mais um teste importante para a Série B.
Mais do que isso, a vitória no Mineirão representa muito no planejamento de chegar à decisão. A goleada deu ao Cruzeiro a segunda colocação e levou a briga com o Athletic pela vice-liderança para a última rodada. Poder jogar por dois empates ou por vitória e derrota por mesmo saldo diante do bom time do Roger Silva será importante.
