A semana do Atlético foi de protesto da maior organizada na porta do CT, dias sequenciais de treinos, fim de jejum do atacante Hulk, mas outro resultado frustrante no Campeonato Brasileiro. O Galo segue estagnado na tabela e precisa de mudança na parte técnica para manter o G-6 ao alcance.
Na tabela de classificação do Brasileiro, o cenário é bem longe do ideal. Até poderia ser pior. Se mira para cima, é bom também olhar no retrovisor. O Santos ficou no empate sem gols com o Cuiabá e não conseguiu igualar os 36 pontos do Galo, ainda em sétimo lugar.
O Atlético, é verdade, pegou um adversário em momento melhor. O Coelho tem sequência de invencibilidade, bem armado por Mancini, principalmente sem a bola. Visitante no Independência, o time de Cuca saiu na frente, em belo gol de falta de Hulk (com Cavichioli mal posicionado). E só não levou uma desastrosa virada por conta de um jogo iluminado de Everson.
Seguiu pressionando, acertou a trave com Zaracho, Hulk também deu chutes perigosos, mas foi só, basicamente. Com Pavón sacado no intervalo (provavelmente sem condições físicas), faltava ao Atlético jogadas mais bem trabalhadas, e, principalmente, capricho nos retoques finais – a assistência, as finalizações.
Um chute de Guilherme Arana, de perna direita, cansado, após o Galo trocar passes no ataque, no segundo tempo, foi o símbolo de uma tarde de erros ofensivos. Hulk, apesar do gol marcado (o primeiro no clássico), errou passes, não conseguiu arrancadas. Zaracho pouco apareceu.
Lá atrás, Allan teve seus lampejos, Jair parecia distante das ações efetivas da partida, e a zaga sofreu. Réver foi antecipar a marcação de Juninho (que era de Jair) e levou debaixo das pernas na infelicidade. Alonso estava distante de Henrique Almeida, que acertou o canto de Everson. Um chute bem mais difícil do que o pênalti que o atacante perdeu para bela defesa do arqueiro alvinegro. Réver cometeu a falta dentro da área, marcada via VAR, em puro azar.
O segundo tempo foi de marcha lenta do Atlético. Um fim de jogo melancólico, com poucas chances claras de gols para os dois lados. Cuca fez as trocas, perdeu Pedrinho por lesão, além de Allan e Alonso por suspensão. A história do jogo é clara – o Atlético defendeu um pênalti, Everson ainda salvou um chutaço de Aloísio Boi Bandido. Na tabela e em campo, mais uma rodada a se lamentar do Galo.
O Galo terá Atlético-GO, Bragantino e Avaí antes de Palmeiras e Fluminense. E não há desempenho recente que garanta expectativas positivas para os três duelos mais pertos.
O G-6 pode ficar ainda mais complicado de alcançar se o Internacional vencer o Juventude. O Athletico-PR, sexto, também empatou com o Ceará. A distância seguiu a mesma, assim como um futebol pouco atrativo do Galo.
Que as palavras de Cuca – um trabalho na semana que dará efeitos no futuro – fiquem válidas o mais rápido possível. Caso contrário, a torcida do Galo passará a ser para o G-6 virar G-7 ou G-8. Domingo que vem é sempre o difícil Atlético-GO em Goiânia, provavelmente com Eduardo Vargas reforçando o banco de reservas.
Por Fred Ribeiro – GE
