O Atlético inicia o Campeonato Brasileiro demonstrando, em campo, o que todos já diziam desde o início do ano: é candidatíssimo ao segundo título consecutivo. A segunda vítima em dois jogos foi o Athletico-PR, em Curitiba, por 1 a 0. Jogo difícil, e resultado que dá mais uma demonstração de força do time.
O elenco do Furacão foi incrementado para a temporada, e os jogos na Arena da Baixada nunca são simples, seja pela pressão da torcida ou pelo gramado que ainda causa estranheza em alguns jogadores. Mas o Galo demonstrou maturidade para controlar o jogo e cresceu com a força coletiva, mas também com peças que, individualmente, desequilibram.
O Athletico-PR começou melhor. Não criava chances, mas também não deixava o Galo criar. Dificultava a saída de bola alvinegra, forçando as bolas longas que não surtiram efeito. Mas o Galo, da metade do primeiro tempo em diante, foi se tornando dono da partida.
O destaque do primeiro tempo, ainda quando o time não estava bem, foi o garoto Rubens. Inteligência, personalidade e qualidade que chamam atenção. Foi a aposta de Mohamed para a vaga de Keno, ainda que com outras opções de grupo, e correspondeu. Ganhou pontos no vestibular do argentino.
O Atlético mesmo quando foi ganhando campo na primeira etapa, não conseguiu ser aquele time envolvente, que normalmente empilha chances reais de gol.
Postura que conseguiu ter no segundo tempo. Se impôs e foi soberano. Muito em função da verdadeira pintura anotada por Matías Zaracho. Golaço que deixou o Galo à vontade no jogo, pressionou o adversário e fez o argentino crescer na partida.
Se no primeiro tempo Zaracho foi discretíssimo, no segundo teve papel importante nos 20 minutos que ficou em campo. É titular absoluto de Mohamed, e com razão. Tática e tecnicamente imprescindível, quando está 100% no aspecto físico.
Outro que fez um jogo praticamente perfeito, na segunda etapa, foi o compatriota dele: Nacho Fernández. Ajudou Allan na marcação, na transição e chegou com muita qualidade ao ataque. Ganhou liberdade com a entrada de Otávio, finalizou de fora da área, buscou tabelas com Arana. Foi o cérebro do time que teve a maturidade como principal trunfo. Maturidade, aliás, que sobra aos laterais. Mariano e Arana dão segurança – cada um à sua forma – absurda ao Atlético.
O Atlético começa a caminhada do Campeonato Brasileiro como terminou o ano passado: com sequência de vitórias importantes. Superou o Inter com a força de um mandante que não perde nessa condição há quase um ano; venceu o Furacão em um confronto que vai tirar pontos de muitos outros times.
O Brasileirão de 2022, ao que indica, será ainda mais difícil que o de 2021, não só pela qualidade dos adversários, mas pelo conhecimento que se há em relação ao estilo de jogo do Galo. Jogos como esses dois primeiros mostram que o time de Mohamed é, sim, muito capaz de superar essas situações.
Por Guilherme Macedo – GE
