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Blog do Leo Lasmar – América vira exemplo e com méritos chega a Libertadores.

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O América encerra mais uma temporada com sensação de dever cumprido. Aliás, foi muito além da missão, que era ficar na elite nacional. Conseguiu garantir vaga na Libertadores, a elite continental, pela primeira vez em sua história. Fez história, mais uma vez. E não por acaso.

O time que joga bem em campo, que sabe tudo o que faz em cada partida, reflete exatamente o que acontece fora das quatro linhas. Um clube organizado, que vem se estruturando há alguns anos, e começa, aos poucos, colher merecidos frutos.

Há menos de 15 anos, em 2008, o América estava na divisão de acesso estadual e não tinha participação em torneios nacionais. Para muitos, um clube que caminhava para o esquecimento. Reergueu, chegou à Série A do Brasileiro em 2011. Não viveu só de glórias. Bateu e voltou na elite nacional três vezes – em duas sem mostrar sequer forças para lutar.

Mas aprendeu com os erros, entendeu as dificuldades da Série A e sai da sua quarta participação nos pontos corridos mostrando que a organização no futebol, hoje, fala muito mais alto do que o peso da camisa ou o número de torcedores.

Nos últimos cinco anos, foram três participações na elite. O rebaixamento de 2018 foi doído, assim como a ausência do acesso em 2019, no jogo contra o São Bento, rebaixado à Série C. Mas todos esses trabalhos partiram de projetos estruturados. Lá com o Enderson Moreira, em 2016, 2017 e 2018. E com o Felipe Conceição, em 2019 e início de 2020, ajudando a montar a base que chegou novamente à Série A, pelas mãos de Lisca.

Um clube sem grandes investimentos, mas que prezou por manter as contas em dia, renegociando pagamentos com os jogadores desde o início da pandemia, justamente para evitar atrasos. Quase terminou a Série B como campeão, além de ter feito história na Copa do Brasil: semifinalista, deixando equipes como Corinthians e Internacional para trás. Gigantes do futebol brasileiro, mas com bastidores conturbados.

Este ano sofreu duro baque na Copa do Brasil, eliminado pelo Criciúma. Lisca saiu pouco depois. Chegou Vagner Mancini, que faz o time novamente engrenar, mas saiu para o Grêmio. Novo baque. Mas veio Marquinhos Santos e manteve o que vinha sendo feito, conseguindo até melhorar o aproveitamento. E isso não é por acaso. Os treinadores têm, sim, muitos méritos, mas trabalham em um ambiente que é organizado, que dá tranquilidade para o dia dia.

Uma diretoria que aprendeu a ser audaciosa para trazer jogadores como Mauro Zárate, mas que ainda tem um olhar para o interior do Brasil, de onde chegaram Ademir e Fabrício Daniel, por exemplo. Um clube que valoriza o ídolo que é Juninho. O capitão que, em cinco anos, brigou contra o rebaixamento à Série C e chegou até a vaga da Libertadores. O momento do Coelho tem participação de muitos profissionais que estão longe de BH, mas que colocaram um tijolo para a construção desse projeto.

O América nunca será um clube perfeito, assim como nenhum outro. Mas estruturalmente caminha para ser cada vez mais maior. Investe em CT, preocupa com funcionário e tem o retorno esportivo como consequência. O América pode seguir sonhando, pode buscar novas realizações. Pode, caso siga com sua reestruturação, se meter cada vez mais entre os gigantes.

Por Guilherme Macedo – GE

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