Entre compras… o Banco do Brasil (BBAS3)realizou a compra de uma carteira de crédito por 395 milhões de reais da BV Financeira, do Banco Votorantim — um dos ativos para o próximo CEO agilizar a venda, que chegou a ter um IPO cogitado (e que foi interrompido) neste ano.
Não foi mencionado o tamanho da carteira, mas ela é referente a recebíveis advindos de financiamento de veículos da BV. A financeira continuará com os riscos da carteira cedida ao BB, arcando com o pagamento dos vencimentos independentemente da inadimplência futura.
A depender do tamanho do desconto do deal, pode ter sido um bom negócio — a ver nos próximos resultados o incremento da carteira de crédito. Resta entender o racional da venda pela ótica do BV.
…e vendas. o BB fez, até aqui, um bom trabalho em sua reestruturação, intensificando seu foco no core business bancário. Mas fato é que, se chacoalhar a sua estrutura, ainda há diversos ativos que podem ir pra jogo.
Por exemplo, o banco vem retrabalhando sua área de cartões. E ali jaz a sua participação na Cateno, joint venture com a Cielo (CIEL3), que atua na emissão de cartões. E também — por que não? — a sua própria participação na Cielo.
Porém, parece que o que vem sendo estudado mesmo é uma eventual venda da bandeira de cartões Elo, cujo os acionistas são BB, Bradesco (BBDC4) e Caixa Econômica. Segundo o Estadão, os bancos estão estudando um IPO ou a venda para uma concorrente.
Não importa como; o importante é vender. O embandeiramento não é atividade-fim de um banco. Com uma fatia de 15 por cento de mercado, a venda da Elo pode resultar em um bom negócio para o Banco do Brasil. Nenhum dos controladores tem pressa e nem precisam do dinheiro a ser levantado. O importante mesmo é enxugar suas estruturas para ficarem ainda mais rentáveis — e nisso o BB tem pressa.
BBAS3 negocia com 20 por cento de desconto frente ao seu valor patrimonial. Acho demais para um banco com uma carteira de crédito de boa qualidade, com a rentabilidade que está entregando e com ótimo dividend yield, ainda que seja uma empresa estatal.
Não por acaso, BBAS integra o rol de recomendações do Nord Dividendos.
Postado originalmente por: Nord Research