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Blog do Leo Lasmar – Tem hora que o importante é “só” a vitória.

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Seria exagero dizer que o Atlético teve uma grande atuação na Arena Pantanal. Mas também é injusto afirmar que, como um torcedor disse à rádio Itatiaia, “uma vitória com sabor de derrota”. Longe disso, ainda que a lista que Cuca deve ter feito para correções dá dobras para guardar no bolso.

Vencer é o que importa, e o Galo está no G-4 do Brasileiro com o 1 a 0 diante do Cuiabá. Parece óbvio, mas o Atlético não vai ganhar de 4 a 1, com golaços, todo jogo.

Poderia ter criado muito mais, é verdade. No segundo tempo, o goleiro Walter, do Dourado, foi mero espectador. Mas vai além de uma postura tática de recuar e só se defender. O Cuiabá está desesperado, não venceu, soube ocupar o campo bem, mas falta inspiração, e pegou uma defesa bem postada do Galo. Um ponto que chamou atenção. Os laterais alvinegros pouco subiram. A volta de Guilherme Arana ao time foi apagada, com erros técnicos.

Ao contrário de Hulk, Savarino e Nacho Fernández. Tendo com quem conversar, o camisa 7 é muito acima da média no Brasil. O mesmo pode se dizer do argentino. E o gol fabricado pela dupla só foi possível na rebatida qualificada de Réver (que, apesar de um erro aqui, outro ali, segue sendo grande zagueiro). Savarino driblou a marcação, enfiou para Hulk que, com pura inteligência, rolou para Nacho abrir e fechar o placar.

Mas, por que o Atlético não fez mais isso na partida? Primeiro que, vendo pela TV, houve sensação de que o time não tinha tanto fôlego para sair no contra-ataque. E logo veio a saída precoce de Nacho, com desconforto na coxa. Zaracho, por exemplo, teve uma ótima atuação sem a bola, e, sem usar um ponta esquerda no primeiro tempo, Cuca tentou atacar por ali, pensando em matar o jogo na velocidade de Marrony. Mas o atacante, com potencial, ainda não decolou na carreira.

Hulk ficou muito sozinho no segundo tempo. Tentou uma arrancada, depois outra, perdeu a disputa para os zagueiros e, depois, pelas próprias palavras para o “gramado irregular” da Arena Pantanal. Sem críticas ao centroavante, que deu sua grande parcela de contribuição para a vitória. Assim como todo o sistema defensivo, que teve a boa volta de Allan na saída de bola.

“Levamos pouco perigo ao adversário? Concordo. Mas sofremos poucos riscos também. Muitos vão falar que a equipe, no segundo tempo, diminuiu o ritmo. Lógico. Jogamos quinta-feira à noite, viajamos aqui e pegamos temperatura diferente, com 33º, campo pesado. Como não vai sentir” (Cuca)

O Atlético poderia e deveria ter criado muito mais diante do Cuiabá, candidato ao rebaixamento. Mas, vencer na casa do adversário é fundamental para quem sonha com o título. Hulk disse bem, não dá para perder pontos bobos. De alento, são os retornos dos jogadores que estavam na Copa América.

Mas não é o Cuiabá que assombra o planejamento da comissão técnica. Vitória importante, com necessidade de firmar boas atuações, sólidas na defesa e no ataque. Lá na frente (lá é uma palavra de exagero, melhor escrever “logo ali”), tem Flamengo (quarta), América (em crescimento, no fim de semana) e Boca Juniors na outra terça-feira.

Guilherme Arana, que não jogou bem mas é peça-chave do time, vai embora para a Olimpíada. Baixa importante. Agora, se Hulk e Nacho seguirem inspirados, e a defesa rebater todas, é possível imaginar atuações bem mais consistentes do time, e com resultados tão importantes quanto os três pontos na bagagem.

Por Fred Ribeiro – GE