O fundador da Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, e o então diretor Pedro Daniel Magalhães foram denunciados pela terceira vez pelo Ministério Público (MPMG) por sonegação fiscal. O caso agora é referente a R$ 86 milhões que teriam sido desviados entre junho de 2016 e maio de 2018.
Segundo o MPMG, Pedro Daniel Magalhães exerceu a função de diretor superintendente da RN Comércio Varejista de 21 de outubro de 2015 a 10 de maio de 2019 e Ricardo Nunes, segundo a denúncia, apesar de ter formalmente renunciado ao cargo de diretor-presidente em 21 de outubro de 2015, se manteve à frente da entidade até o ano de 2019, compartilhando o poder de decisão.
Ricardo Nunes e Pedro Magalhães já haviam sido denunciados no mês de novembro de 2020 pelo mesmo crime. Foram alvo também da operação denominada “Direto com o Dono”, feita pelo Ministério Público, Polícia Civil, Secretaria de Estado de Fazenda e Advocacia Geral do Estado. A operação visava desestruturar suposta organização criminosa que teria sonegado cerca de R$ 400 milhões em ICMS devidos ao estado de Minas Gerais.
No dia 8 de julho de 2020, Ricardo Nunes foi preso em São Paulo. As investigações apontaram que a rede de varejo cobrava dos consumidores o valor correspondente aos impostos, mas não fazia o repasse ao estado. Ele foi solto no dia seguinte.
Em dezembro de 2020, Ricardo e Pedro, foram alvo de denúncia referente ao período de maio de 2016 e novembro de 2019, com sonegação no período, segundo o MPMG, de cerca de R$ 120 milhões. Em Junho de 2022, segundo a denúncia oferecida agora pelo Ministério Público, entre junho de 2016 e maio de 2018, os administradores do Ricardo Eletro, por meio da empresa RN Comércio Varejista S.A., cobraram o tributo ICMS-ST em operações de venda de mercadorias para compradores do Rio de Janeiro, mas não fizeram o recolhimento à Fazenda Pública. “A prática gerou 58 infrações penais e gerou um prejuízo de 18.050.623,71 Ufirs, o que corresponde a R$ 86,1 milhões atualizados pelo valor da Ufir em Minas hoje”, disse o MP.
A defesa de Ricardo Nunes disse que “não faz parte da administração da empresa desde 2015, conforme reconhecido pelo próprio Ministério Público”. E que “nada tem a esclarecer sobre período que não estava mais na gestão da empresa”. Em uma live em suas redes sociais, Ricardo disse que está sendo “perseguido”. A reportagem tenta contato com a defesa de Pedro Daniel Magalhães.
Vale ressaltar que as duas primeiras denúncias oferecidas tramitam na 3ª Vara Criminal.
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