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Escalada dos golpes de voz de IA preocupa especialistas

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A evolução da tecnologia é sempre uma faca de dois gumes, e seus benefícios invariavelmente acabam sendo seguidos de usos inadequados que visam a fins menos que nobres. É o caso atual da inteligência artificial (IA), que vem sendo utilizada para perpetrar fraudes sofisticadas envolvendo a clonagem de vozes. Essa tática, combinada com as últimas violações de dados massivas no Brasil, têm gerado preocupação nos especialistas por seu potencial destrutivo.

O caso do Serasa

Um exemplo notável desta tendência ocorreu recentemente com o Serasa. Um grupo de cibercriminosos propagou mensagens falsas nas redes sociais, alegando que a empresa de análise de crédito indenizaria os consumidores vítimas do vazamento de dados de 2021. Segundo a publicação, o Ministério Público Federal (MPF) teria condenado a companhia a pagar até 30 mil reais aos interessados, bastando que esses seguissem algumas poucas instruções.

Para dar confiabilidade à postagem, além de criar portais de notícias fajutos, imitando fontes conhecidas, como o portal G1, que repetiam a mesma informação, os criminosos foram mais longe e também integraram tecnologias de IA, particularmente na manipulação de vozes para enganar ainda mais os indivíduos.

Um caso perturbador, neste sentido, foi o deepfake criado com a voz da advogada e influenciadora Miriane Ferreira, que foi replicada sinteticamente para endossar a fraude, complicando ainda mais os esforços para discernir a autenticidade de tais comunicações.

Como se proteger e lutar contra esses golpes

As consequências dessas fraudes com uso de voz criada por IA vão além das perdas financeiras, abrangendo danos à reputação das pessoas usadas nas cópias artificiais e o desgaste da confiança nas instituições.

Então, como se proteger? Abaixo estão algumas estratégias importantes.

1. Verificar as fontes. Examinar de onde vieram as informações lidas e compará-las com fontes confiáveis, como jornais reputáveis e órgãos oficiais é um passo essencial no combate aos golpes na rede. Do mesmo modo, especialistas sugerem que os usuários tenham cuidado com mensagens não solicitadas ou sites suspeitos que oferecem negócios lucrativos ou reembolsos bons demais para serem reais.

2. Usar uma VPN. Para aqueles que se perguntam “VPN, o que é isso?”, uma breve explicação: as VPNs são ferramentas usadas para criptografar o tráfico online dos usuários e aumentar o nível de sua privacidade. Elas são eficientes no combate às fraudes por IA porque protegem os dados dos internautas contra interceptação e, assim, evitam a apropriação de informações que podem ser usadas para roubo de identidade.

3. Ter cuidado na rede. Uma recomendação que todos os especialistas em cibersegurança dão é ser cauteloso ao se compartilharem informações pessoais online, especialmente em resposta a mensagens suspeitas não solicitadas. Organizações legítimas nunca pedem dados confidenciais, como números de segurança social ou detalhes financeiros, através de canais não seguros, como perfis de redes sociais.

4. Manter-se informado. Ler e buscar as últimas tendências em matéria de fraude digital é fundamental para que os usuários saibam exatamente quais são os sinais de alerta a que devem prestar atenção. Educar a si e a outras pessoas da sua comunidade pode ser decisivo para mitigar o risco de esquemas fraudulentos.

5. Denunciar atividades suspeitas. É de suma importância que os usuários denunciem qualquer atividade suspeita ou conteúdo fraudulento às autoridades ou plataformas relevantes. Isso porque, ao denunciar tais incidentes, eles contribuem para que outras pessoas não caiam nessa mesma armadilha.

6. Praticar o ceticismo. Manter uma postura cética em relação a ofertas que parecem boas demais para ser verdadeiras ou a mensagens que evocam um senso de urgência e absurdo é uma excelente forma de se proteger. Os golpistas costumam usar táticas para pressionar os indivíduos a tomarem decisões precipitadas sem considerar as consequências, o ceticismo anula esse efeito na raiz.

7. Atualizar os sistemas regularmente. Ter os dispositivos e sistemas atualizados com os patches de segurança mais recentes ajuda a mitigar vulnerabilidades que podem ser exploradas por golpistas e evitar que eles obtenham acesso não autorizado às suas informações.

Em suma: com o crescimento de golpes na rede usando (e abusando) da tecnologia da IA para criação de deepfakes com manipulação de voz, a melhor solução aos usuários da internet é, acima de tudo, adotar uma postura vigilante, cética e bem informada.