Desde que foi encontrado, em 1950, na Dinamarca, o Homem de Tollund deixa muita gente intrigada. Não apenas por estar muito bem preservado para quem morreu por volta do século 4 a. C., mas também por essa expressão serena no rosto, de quem estava sonhando com algo agradável.
Bom, mas as investigações revelaram que o fim da vida de dele não foi nada tranquila. Ele foi enforcado, provavelmente como parte de rituais de sacrifício, e jogado em um pãntano, o que foi o responsável por mantê-lo quase intacto.
Uma nova análise publicada no periódico Antiquy, da Universidade de Cambridge, revelou mais um detalhe do sujeito: o estômago dele ainda contém parte da refeição que comeu antes da morte.
De acordo com os pesquisadores, o Homem de Tollund provavelmente comeu a última refeição de 12h a 24h antes do enforcamento. Era uma refeição típica da chamada Idade do Ferro da região, uma mistura de mingau e peixe, cheio de sementes, como de persicária e cevada.
O estômago ainda revelou que ele estava doente, com o sistema digestivo cheio de parasitas invasores. A análise ocorreu de 2019 a 2020 e faz parte de um esforço científico de detalhar a alimentação do povo na época, a cultura social de onde o Homem de Tollund habitava, bem como uma possível ritualização de sacrifícios humanos na Europa.