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Setor de transporte público coletivo divulgam carta aberta a governadores e prefeitos

Transporte coletivo em Divinópolis tem desvio de rota
Transporte coletivo em Divinópolis tem desvio de rota

Entidades do setor de transporte público coletivo divulgaram nesta terça-feira (22/12) carta aberta a governadores e prefeitos alertando sobre a crítica situação dos transportadores urbanos, devido aos impactos causados pela pandemia de Covid-19. Também esclarecem sobre as perspectivas para 2021, que não são boas, caso medidas urgentes de socorro a esse setor não sejam tomadas. 

“O colapso no transporte já está entre nós, com extinções de linhas e redução de oferta, em total prejuízo da população. A omissão dos governos neste momento pode, sim, levar ao desmantelamento de uma organização de transporte público construída com muito esforço entre entes privados e públicos ao longo de décadas, modelo que distingue o Brasil dos países latino-americanos”, diz trecho da carta. 

Assinam a carta a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros Sobre Trilhos (ANPTrilhos), a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (FABUS), Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, o Instituto de Engenharia de São Paulo e o Instituto Movimento Pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade (IMDT). 

 

Leia a íntegra da Carta Aberta a governadores e prefeitos:

Os fatos decorrentes do impacto da pandemia COVID-19 estão empurrando o transporte público no Brasil em direção ao colapso, com o risco de redução drástica da oferta de serviços, quando não, da sua extinção em muitas cidades. O não equacionamento sério desta questão coloca em risco a própria existência dos serviços de transporte público.

Não é possível pensar no desenvolvimento econômico e social das cidades, regiões metropolitanas e aglomerados urbanos sem que se dê a devida atenção, no mínimo, à metade da população que utiliza do transporte público, gente que faz os serviços funcionarem e gente que faz a economia crescer.

O colapso no transporte já está entre nós, com extinções de linhas e redução de oferta, em total prejuízo da população. A omissão dos governos neste momento pode, sim, levar ao desmantelamento de uma organização de transporte público construída com muito esforço entre entes privados e públicos ao longo de décadas, modelo que distingue o Brasil dos países latino-americanos.

Em virtude da queda brutal da demanda e da necessidade de atendimento das atividades essenciais e dos protocolos de saúde em face da pandemia COVID-19, entre abril e junho de 2020 o déficit entre receita e custo já atingia o montante de R$3,72 bilhões no transporte por ônibus e de R$ 3,3 bilhões no transporte metro-ferroviário, rombos que só fizeram crescer a partir de então, tornando visíveis os riscos daí decorrentes. Em 2021 os déficits tenderão a continuar até que a população se sinta mais segura e a economia volte com maior intensidade, voltando a demanda a crescer.

Por isso é importante ao Governador garantir o reequilíbrio dos contratos durante a pandemia, como também estabelecer uma nova forma de cobertura dos custos. Mas essa obrigação não é só sua, mas também dos demais entes da federação, sobretudo do Governo Federal.

Urge, portanto, que os governadores enfrentem esta grave crise no setor, venham a público de forma conjunta lutar para viabilizarem recursos para o transporte, e discutam a participação do Governo Federal e do Congresso Nacional na solução do problema.

As entidades signatárias desta manifestação, que atuam há décadas na defesa do transporte público de qualidade, se colocam à disposição, no intuito de poder contribuir na busca de solução para esta grande questão nacional.