fbpx
Pular para o conteúdo
  • Home
  • Notícias
  • Missa Conga comemora os 135 anos da Lei Áurea no domingo, 21 de maio

Missa Conga comemora os 135 anos da Lei Áurea no domingo, 21 de maio

Image

Divinópolis comemora a abolição da escravidão com a Missa Conga
135 anos da Lei Áurea são celebrados com a tradicional Missa Conga em Divinópolis

As irmandades de congado de Divinópolis participarão da Missa Conga neste domingo, dia 21 de maio, às 14h, no Santuário de Santo Antônio, localizado na avenida 21 de Abril, número 655. Essa celebração religiosa comemora os 135 anos da assinatura da Lei Áurea, realizada pela princesa Isabel em 13 de maio de 1888, que aboliu a escravatura no Brasil. Durante a cerimônia, a lei será lida e o frei Leonardo Lucas Pereira, OFM, que celebra a Missa Conga há 46 anos em Divinópolis, presidirá o evento. Além disso, a missa faz parte das comemorações do centenário da chegada dos franciscanos a Divinópolis em 1924.

A concentração das guardas e dos Estados da Coroa das irmandades participantes ocorrerá às 13h na praça do Mercado, seguida por uma procissão com as imagens dos santos patronos até o Santuário de Santo Antônio. Os principais santos de devoção dos congadeiros são Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora Aparecida e São Benedito. A celebração conta com o apoio da Congregação das Irmandades Congadeiras, de Reinado, Festa de Cruz, Folia de Reis e outras tradições semelhantes de Divinópolis (CongaDiv), bem como da Prefeitura Municipal de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Semc).

A Missa Conga, como é realizada atualmente, teve início no final da década de 1960, a partir das pesquisas do folclorista, antropólogo e professor Romeu Sabará, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O professor Sabará identificou semelhanças entre o ritual da missa católica e o ritual dos congadeiros em diversas situações, como chegada à casa de alguém, almoço e agradecimento. A Missa Conga é composta por nove ritos, cada um com suas próprias músicas e danças: ritual de entrada, penitencial, da palavra, do ofertório, da consagração, da amizade, da comunhão, de ação de graças e de despedida.

A primeira celebração da Missa Conga foi registrada no curta-metragem “Congadas”, dirigido pelo cineasta, professor e padre Edeimar Massote, em 1976. O evento ocorreu em Ouro Preto e contou com a participação das guardas Caboclinhos e Catopê do Serro, Marujos e Moçambique de Belo Horizonte, Congo de Raposos, Candombe e Congo da Lagoa de Santo Antônio, e Vilão de Oliveira.

Em Divinópolis, a primeira Missa Conga no formato atual foi realizada há 46 anos, em 15 de maio de 1977, em frente ao Santuário de Santo Antônio, pelo frei Leonardo Lucas Pereira, OFM. Desde então, a celebração ocorre anualmente com a participação de várias irmandades de Divinópolis e ocasionalmente de cidades vizinhas. A tradição se espalhou por outras cidades da região.

A Lei Áurea, também conhecida como Lei nº 3.353/1888, foi assinada pela princesa Isabel no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888. Essa lei marcou o fim do regime escravocrata no Brasil. Embora a abolição não tenha sido imediata, muitos escravos já estavam livres antes da assinatura da lei, seja por meio de legislações anteriores, como a Lei do Ventre Livre e a dos Sexagenários, ou por ações de resistência e compra da alforria. A Lei Áurea foi curta e declarou a extinção da escravidão no Brasil, revogando disposições anteriores.

A princesa Isabel, defensora da abolição, era devota de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Em agradecimento pela primeira gravidez, ela doou uma coroa de ouro com pedras preciosas e um manto azul bordado a ouro para a imagem original de Nossa Senhora Aparecida na basílica velha de Aparecida, em São Paulo. A princesa e a coroa foram homenageadas, e Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua padroeira principal em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio XI.

*Texto de Mauro Eustáquio Ferreira