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Morreu na madrugada deste sábado (20) a servidora municipal Flavia Mourão.

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A servidora municipal Flávia Mourão, de 55 anos, morreu no inicio da madrugada deste sábado (20), ela já lutava contra um câncer de mama, trabalhava na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Políticas de Mobilidade Urbana (Seplam), participou também da Comissão de Uso e Ocupação do Solo, além do Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (CODEMA). O velório ocorrerá a partir das 12 horas no Cemitério Parque da Serra, onde também será o sepultamento às 16 horas.

A prefeitura de Divinópolis emitiu uma nota de pesar onde conta que era servidora municipal há quase 27 anos. Durante sua trajetória no serviço público trabalhou na Secretaria Municipal de Educação (SEMED) durante 13 anos, na Procuradoria do Município por quatro anos e na Seplam estava há mais de dez anos. Atualmente ocupava o cargo comissionado de Gerente de Interface Jurídica. Extremamente dedicada, não afastou do seu posto de trabalho nem no momento de tratamento da doença. Flávia fazia tratamento contra um câncer de mama desde maio de 2019. 

“A servidora estava envolvida com todos os projetos de relevância para o meio ambiente do município, como a Comissão Técnica de Elaboração do Plano de Mobilidade Urbana e a elaboração da Lei de Reciclagem. Respeitosamente, a Prefeitura presta suas condolências e deixa os seus mais sinceros pêsames ao seu marido, aos seus filhos e também aos demais familiares e amigos, neste momento tão difícil”, afirma a nota.

Em 2019 ela deu uma declaração quando participou do projeto “Vitória” ocasião em que abordou a doença, veja:

“Eu sou a Flávia, servidora pública, tenho 53 anos, casada há 38 anos e mãe de dois filhos. Em relação às ações de prevenção eu não era muito assídua, minha filha é mais controlada do que eu e às vezes eu a acompanhava nos preventivos, mas já tinha três anos que eu não fazia mamografia e tudo aconteceu muito rápido.

Dia 17 de maio 2019, cozinhando em casa, senti uma dor e achei que tinha dado uma distensão na mama. Na segunda fui ao mastologista que fez pedidos de mamografia, ultrassom de mama e biopsia. Fiz tudo isso no mesmo dia. Na quarta-feira voltei ao mastologista, que na mesma consulta, já conseguiu a oncologista. Na sexta, 25 de maio, saiu o resultado da biopsia de que realmente era câncer de mama, de um tipo agressivo e invasivo, mas graças a Deus não tinha metástase. Em poucos dias fiz a primeira sessão de quimioterapia vermelha, de um total de quatro e depois mais 12 brancas. Tive que começar rápido o tratamento, pois pelo tamanho do nódulo, eu não podia esperar. No 14º dia meu cabelo caiu.

Quando descobri o câncer, a primeira coisa que eu perguntei, era qual a chance que eu tinha de viver com qualidade e os médicos disseram 90%, então encarei o tratamento de frente. Para meus pais e tios, que são mais velhos, a notícia foi pesada. O que mais pesou para mim foi pensar quem vai olhar meus pais e tios que tem mais de 70, 80 anos. Meu marido foi a pessoa que ficou mais abalada de todos.

O que mais pesa no tratamento para mim, é que ele cerceou minha liberdade, pois tenho compromisso com o tratamento. Tem dia que eu chorar, não sentir sabor de nada, mas tudo vai passar. Como não estou sentindo gosto, procuro comer tudo o que eu não gosto, por que eu preciso das vitaminas.

O que me mantém em pé é que também sou casada com meu trabalho, me sinto realizada profissionalmente e isso me dá força. Trabalho onde não fico exposta e estou tendo o reconhecimento de tudo o que eu fiz profissionalmente durante meus 25 anos de carreira.

Só uso touca para trabalhar, mas eu não tenho nenhum problema com o espelho, pra mim é a parte menos doída. Me sinto vitoriosa, pois as reações estão sendo suportáveis. Tenho muita fé, apoio familiar e uma característica minha é que eu acho minha vida fantástica, Deus me deu tudo o que eu preciso! Eu hoje tenho que ter um foco e o foco é meu tratamento. Se eu tenho uma pessoa negativa do meu lado, eu saio de perto.

Se alguma pessoa a minha volta receber a notícia de que está com câncer eu diria: Respira fundo e pense que tudo tem esperança. Viva na melhor qualidade, pois você não sabe o dia de amanhã. Existem dores piores do que a de um tratamento de câncer, que é a dor da alma”.