A escritora divinopolitana Adélia Prado recebeu, na noite desta
terça-feira (18), em Brasília, o Prêmio Camões 2024, entregue pelos
presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e de Portugal,
Marcelo Rebelo de Sousa. A cerimônia foi realizada no Palácio do
Itamaraty, e a poetisa foi representada por seu filho Eugênio
Prado, por motivo de saúde.
Adélia Prado, de 89 anos – que também é professora, filósofa, romancista e contista – venceu o mais importante prêmio de língua portuguesa em junho de 2024.
Em seu discurso, o presidente Lula ressaltou que a Adélia Prado nos ensinou que “a vida é mais tempo alegre do que triste”, sendo essa uma lição atual e necessária:
“Em tempos de crises econômicas, catástrofes climáticas, guerras e pandemias, não sucumbir ao desalento é um ato de resistência. É na desesperança, no medo e no ressentimento que viceja o ódio como projeto político. Adélia nos inspira a fazer política como ela faz poesia. As pessoas estão no cerne de sua escrita, assim como deveriam estar no centro de qualquer ação de governo”.
Filho de Adélia Prado leu mensagem da mãe em agradecimento
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, falou que o prêmio mostra a importância da língua portuguesa e destacou que Adélia é um retrato das simbioses que representam o Brasil:
“Ela retrata aquilo que é um humanismo cristão, com uma poética de interrogação, mas de esperança. E essa percorre outros poetas. Mas o que há de extraordinário em Adélia é o fato de o Brasil ter mudado muito em termos sociais e em termos religiosos e a poesia de Adélia ter continuado a ser sempre atual, mais do que atual, pioneira”.
Muito emocionado, Eugênio Prado leu mensagem da mãe em agradecimento pela honraria.
“A celebração da poesia é e será sempre sinal de que um povo preserva o tesouro inestimável de sua língua. Como afirmei certa vez, toda compreensão é poesia. Clarão inaugural, que névoa densa faz parecer velados diamantes. Fiel ao chamado da poesia, qualquer povo encontrará a porta que se abre para a realidade”.
O valor da premiação é de 100 mil euros, um dos maiores valores do mundo entre os prêmios literários. A premiação é concedida por meio de subsídio da Fundação Biblioteca Nacional, entidade vinculada ao Ministério da Cultura, e do governo de Portugal.
Com informações da Agência Brasil