A Influência do Discurso de Ódio e Falsas Narrativas na Identidade do Adolescente
Nos últimos anos, a proliferação de conteúdos com discursos de ódio, preconceito e deturpações sobre a identidade masculina nas redes sociais tem levantado preocupações entre especialistas em psicologia, educação e sociologia. Jovens em formação, especialmente meninos adolescentes, estão cada vez mais expostos a narrativas que podem distorcer sua percepção sobre si mesmos e sobre seu papel na sociedade.
A convite da apresentadora Michele Fernanda, o psicólogo Landry Rios, participou nesta última quarta(2) ao vivo na Rádio 94 Live, e alertou sobre como os meninos não falam, e não são ouvidos sobre as suas inseguranças. Assista nos vídeos abaixo:
Plataformas como YouTube, TikTok e Instagram têm sido utilizadas para disseminar ideais que reforçam estereótipos ultrapassados sobre masculinidade, promovendo uma visão deturpada do que significa ser homem. O risco: discursos baseados na superioridade masculina, na repressão emocional e na rejeição de valores como empatia e colaboração são frequentemente disseminados por influenciadores com milhares ou até milhões de seguidores.
Esse fenômeno tem impactos diretos no desenvolvimento emocional dos adolescentes. A construção da identidade nessa fase é um processo delicado, e a exposição contínua a mensagens de cunho agressivo pode gerar sentimentos de inadequação, raiva e isolamento. Segundo o psicólogo Landry Rios, “os jovens estão sendo bombardeados com conteúdos que reforçam a ideia de que demonstrar vulnerabilidade é um sinal de fraqueza, o que pode resultar em dificuldades emocionais a longo prazo”.
Pesquisas recentes apontam que o consumo excessivo de tais conteúdos está correlacionado a um aumento na ansiedade, depressão e até mesmo comportamentos agressivos entre adolescentes. Além disso, o contato com discursos extremistas pode levar à redução da capacidade de empatia e ao fortalecimento de comportamentos de exclusão e intolerância.
Para combater essa tendência, especialistas defendem a necessidade de um olhar mais atento por parte dos pais, educadores e plataformas digitais. O psicólogo Landry Rios ressalta a importância do diálogo aberto: “É essencial que as famílias e as escolas promovam discussões sobre o impacto das redes sociais e ajudem os jovens a desenvolverem um pensamento crítico em relação ao conteúdo que consomem”.
Iniciativas de educação midiática, políticas mais rígidas contra discursos de ódio nas redes sociais e a ampliação do acesso a informações que incentivem uma masculinidade mais saudável são algumas das medidas sugeridas por especialistas. O combate à desinformação e à propagação de ideias nocivas se faz urgente para garantir que as novas gerações cresçam em um ambiente mais equilibrado e respeitoso.