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Talvez a final tenha chegado cedo para o Cruzeiro.

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O Cruzeiro perdeu o título da Sul-Americana e terá quatro jogos para minimizar os danos com a vaga na Libertadores de 2025. Mas, por enquanto, vamos nos ater ao 3 a 1 para o Racing. O time foi derrotado com justiça e demonstrou que está longe de ficar “pronto” e ser confiável.

Os argentinos chegaram favoritos à final. Mesmo com a instabilidade ao longo do ano, Gustavo Costas tem trabalho um pouco mais longevo do que Diniz, um modelo de jogo estruturado e estava embalado. Soube virar a chave após eliminar o Corinthians e, não por acaso, engatou a sexta vitória seguida, algo que o Cruzeiro não fez em nenhum momento da temporada.

Se o Racing tem um coletivo mais pronto, o Cruzeiro precisava entrar na final com a política de “erro zero”. O que passou bem distante. Individualmente mal e coletivamente desajustado, o time levou dois gols em 19 minutos (além do anulado), que custaram o trabalho na decisão.

Do primeiro tempo do Cruzeiro, não se salvou nada. Foram, de longe, os piores minutos de João Marcelo e William pelo clube; Walace, escolhido para começar jogando, mais uma vez cometeu erros fatais, até por isso foi substituído aos 31 minutos. São só três exemplos individuais de um coletivo que não funcionou.

Em parte, Fernando Diniz poderia ter minimizado os danos. Ele preparou a estratégia do Cruzeiro para conter essas jogadas do Racing, as quais havia identificado como fortes, e tido resposta positiva nos treinos. Mas, quando a bola rolou, ficou claro que não funcionaria. Os jogadores executaram de forma diferente, principalmente a marcação da última linha, então era necessário mudar, já que a prática foi diferente da “teoria” da semana. É trabalho do treinador agir rápido nesses momentos.

O Cruzeiro só conseguiu parar de sofrer defensivamente na reta final do primeiro tempo. Lucas Silva ajudou a dar qualidade ao meio-campo, e a linha de defesa se ajustou um pouco mais depois do papo de Fernando Diniz na paralisação, conversando muito com João Marcelo, principalmente.

O gol de Kaio Jorge recolocou o Cruzeiro na partida, inclusive com tempo suficiente para empatar e até virar, caso conseguisse volume de jogo. O que não aconteceu. O time até circulou melhor a bola, mas teve dificuldades para transformar posse em chances claras. Quase houve o empate no lance seguinte ao gol e, depois, só foi rondar de fato a área e com finalizações após as entradas de Barreal e Lautaro, na casa dos 30 minutos.

Não foi suficiente, e o Cruzeiro sucumbiu ao Racing, que é um time com algumas qualidades individuais e um coletivo mais pronto. Muito mais pronto para ser campeão. Por mais difícil que seja para o torcedor, é preciso entender que são exceções as equipes que erguem taças de forma rápida, após tantas mudanças – de direção, elenco e comissão técnica.

A verdade é que foram raros os momentos confiáveis do Cruzeiro na temporada. O único foi aquele que antecedeu à inscrição dos reforços, quando a equipe conseguiu boas atuações e vitórias importantes com Fernando Seabra. Depois, ainda com ele, começou a patinar, sem nunca mais cravar os pés firmes no chão. E isso seguirá sem acontecer em 2024, mesmo que conquiste a vaga na próxima Libertadores.

A diretoria, que já confirmou que investirá ainda mais para 2025, também precisa entregar um elenco mais equilibrado à comissão técnica. Está claro que falta qualidade, especialmente quando olha para o banco e pensa em alternativas ofensivas. São poucas as possibilidades de mudanças efetivas em um jogo através de peças.

Todo o cenário evidencia que o Cruzeiro precisa de fortalecer ainda mais, em todos os aspectos e setores para seguir pavimentando o caminho em busca da reconstrução efetiva. Ser constante presença no cenário de disputa de títulos é fundamental para voltar a ganhá-los.

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