O Cruzeiro ficou menos de 48 horas sem treinador. Saiu Zé Ricardo, e Paulo Autuori assumiu de forma interina até o final do ano. O profissional ocupa originalmente o cargo de diretor técnico, e a mudança provisória de função foi discutida desde domingo. O profissional foi escolhido para um objetivo imediato, mas também com olhar em 2024.
A decisão pela demissão de Zé Ricardo aconteceu com reuniões no decorrer de domingo. Encontros na Toca da Raposa que trataram não só da avaliação do profissional que estava no cargo do Cruzeiro, mas também das opções disponíveis no mercado. Que são escassas.
Já em setembro, quando houve a saída de Pepa, o Cruzeiro encontrou dificuldades para definir o substituto. Disputou a partida contra o Bragantino com comando interino, e Zé Ricardo foi apresentado apenas uma semana depois da demissão do português.
O cenário atual impunha ainda mais dificuldades à diretoria. Se os nomes para 17 rodadas foram escassos, as opções para apenas seis jogos praticamente inexistiam. Fruto da escolha feita dois meses atrás. A diretoria sabia que dificilmente algum profissional toparia assumir o cargo por apenas um mês.
Na melhor das hipóteses, aceitaria sob condição de renovação em caso de permanência na Série A. E o Cruzeiro considera que um profissional deveria chegar com essa condicionante somente se ele se encaixasse nas diretrizes da SAF para o futuro, para não prejudicar também o planejamento para a temporada que chega.
A diretoria precisava agir muito mais rápido do que após a demissão de Pepa, e o mapeamento do mercado, mesmo com nomes empregados – e que dificilmente assumiriam –, não indicou nenhuma unanimidade interna. Recorreu-se, então, ao Paulo Autuori, que havia também sido consultado antes da chegada de Zé Ricardo.
O agora dirigente tem credenciais consideradas importantes pela gestão neste momento. Um dos principais é o fato de Paulo Autuori ter acompanhado todos os detalhes do trabalho de Zé Ricardo e a reta final com Pepa. Ele acompanha treinos e também está por dentro de tudo que acontece fora de campo. Tanto com os jogadores, quanto nas diretrizes administrativas da SAF.
Também pesou a experiência do profissional, que tem mais de 40 anos no futebol e passou por diferenças funções. Além de tudo, Paulo Autuori está em sua quarta passagem pelo Cruzeiro, tendo vivido altos e baixos nas anteriores. Está habituado à pressão do clube e do futebol, em geral, para tentar ajudar em um Sprint necessário para evitar o rebaixamento.
Autuori, decidido em não mais ser técnico no futebol brasileiro, teve mais de uma conversa com o staff de Ronaldo até de fato aceitar assumir a função. A ideia, além de conquistar a fundamental permanência na Série A do Brasileiro, é seguir preparando o terreno para quem assumirá para 2024.
O Cruzeiro só depende de si para concretizar esse objetivo, uma vez que tem dois jogos a menos que a grande maioria dos adversários – sendo um dos confrontos com o Vasco, 15º colocado. Em caso de vitória sobre o Fortaleza, no sábado, a equipe já deixará ao grupo dos quatro últimos colocados.
