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O gigante Cruzeiro não reconheceu o “tamanho” do ídolo. Fábio não é mais goleiro do clube.

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“Com coração apertado, com lágrimas e dor, eu preciso aceitar que não contam comigo no clube”

Fábio não joga mais pelo Cruzeiro. O goleiro não chegou a um acordo com o clube pela renovação do contrato que se encerrou no último dia 31 e usou as redes sociais, na noite desta quarta-feira, para se despedir oficialmente.

Com contrato até o último dia 31 de dezembro, ele havia apalavrado uma renovação com a antiga gestão. Mas, em moldes que o grupo comandado por Ronaldo Fenômeno considera ser acima dos padrões possíveis. A atual gestão, de acordo com o goleiro, ofereceu contrato de três meses, para que ele pudesse realizar a despedida.

“Me disseram que qualquer outro cenário estava inviabilizado e que eu não faço parte do planejamento desportivo para 2022”

As negociações entre as partes se dariam em duas frentes: a primeira foi sobre uma redução salarial. A segunda e mais complexa de resolver era uma dívida milionária em relação a recentes repactuações salariais. O débito do clube com o goleiro era milionário e de responsabilidade do Cruzeiro associação, não da SAF. Assim, o jogador ficou sem garantias sobre o pagamento.

Na publicação nas redes sociais, o goleiro disse que não lhe foi dada sequer a opção de readequar os salários.

“Quero deixar claro que aceitaria a readequação ao novo teto salarial, mas essa nova administração também não me deu essa opção”.

O goleiro também disse que se mostrou aberto para negociar os débitos de anos anteriores. Em vão, segundo relato.

“Mostrei total disponibilidade em negociar o débito dos anos anteriores, mas, infelizmente, não fui ouvido”

O goleiro também disse que a reunião realizada nessa quarta-feira, a primeira para debater sobre o futuro no clube, foi conduzida por Pedro Martins, diretor executivo, e Gabriel Lima, que trabalha na transição para a equipe do Ronaldo. Fábio criticou a postura de Paulo André, gestor que trabalhou com ele no clube quando era jogador.

“Paulo André, que estava na sala ao lado, não teve sequer a consideração de me cumprimentar, sendo ele um ex-companheiro de clube”.

Fábio também fez questão de agradecer à torcida, de quem também pediu apoio para superar o momento.

“Gratidão, Cruzeiro Esporte Clube e Nação Azul, serão eternos na minha vida. Eu e minha família choramos nesse momento, mas gratos e confiantes que Deus nunca nos desampara. Conto com o carinho e o respeito de vocês nesse momento tão difícil”.

Fábio chegou ao Cruzeiro pela primeira vez no fim dos anos 1990. Não teve muitas oportunidades, mas fez parte do elenco campeão da Copa do Brasil de 2000.

Saiu para o Vasco, mas voltou em 2005 para assumir de vez a meta do Cruzeiro. Viveu altos e baixos nos primeiros anos, até se firmar a partir de 2008. Com 976 partidas pelo clube, buscou a renovação para, entre outros objetivos, atingir os mil jogos vestindo a camisa estrelada.

Entre 2008 e 2012, já foi um dos principais nomes do elenco cruzeirense. Bateu na trave na Libertadores, em 2009, e no Brasileiro, em 2010. Em 2013, chegou o momento tão esperado: o primeiro título de expressão. Como destaque, ergueu a taça do Campeonato Brasileiro.

No ano seguinte, manteve-se em alto nível e chegou ao bicampeonato nacional. Também foi peça importante para evitar o rebaixamento em 2015. Teve uma grave lesão em 2016, viu Rafael assumir a meta celeste, mas retornou em um nível ainda mais alto.

O goleiro foi fundamental nas conquistas da Copa do Brasil de 2017 e 2018, aparecendo como protagonista nas disputas de pênaltis contra Santos e Flamengo. Fábio deixa o Cruzeiro com 976 jogos. Além dos quatro nacionais, conquistou seis edições do Campeonato Mineiro.

 

FUTEBOL MINAS FM