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Finanças: VIIA3 vale a pena após follow-on e queda de -19%?

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Antes de dar início à análise, um aviso importante: para quem não acompanhou, a Via (antiga Via Varejo) acaba de mudar de nome novamente, voltando às suas origens e passando a se chamar Grupo Casas Bahia.

Além disso, a partir do dia 20 de setembro, o código de suas ações também deixará de ser VIIA3 e passará a ser BHIA3.

Considerações iniciais feitas, vamos à análise!

As ações do Grupo Casas Bahia (ainda VIIA3) apresentaram forte queda de -19% no pregão de ontem (14), após seu follow-on ser precificado em R$ 0,80 para cada nova ação emitida — o que representa um desconto de 28% em relação ao preço de fechamento de quarta-feira (13).

Sumário

Oferta (bem) abaixo do esperado

A oferta, entretanto, ficou aquém do que era aguardado inicialmente pela companhia, que esperava uma precificação unitária em torno de R$ 1,26 e uma captação que chegaria próxima a R$ 1 bilhão. No final das contas, com base no preço definido pelo mercado, o follow-on da varejista movimentou apenas R$ 620 milhões.

Apesar de uma entrada de recursos menor do que a previsão dos gestores, a injeção de caixa será extremamente importante para o Grupo Casas Bahia dar continuidade ao seu processo de reestruturação operacional e financeira.

A companhia vem enfrentando uma série de desafios internos e externos que impactaram negativamente seus resultados e abalaram a confiança do mercado quanto às suas ações.

Entre os fatores externos, o principal não poderia ser outro: o cenário macroeconômico, em especial, o cenário de juros.

Com os juros em patamares elevados, o consumo por parte da população no país foi altamente comprimido, impactando a receita das varejistas, que ainda enfrentavam grande dificuldade em repassar preço e manter boas margens brutas em meio às pressões inflacionárias.

Além do impacto direto nas vendas, principalmente em lojas físicas (parcialmente compensado pelos canais digitais), muitas empresas também viram suas despesas financeiras serem elevadas e, consequentemente, seus lucros líquidos serem dizimados.

Foi exatamente o que aconteceu com o Grupo Casas Bahia nos últimos anos.

Somado a isso, há alguns fatores internos, como certas “inconsistências” contábeis detectadas em um passado recente e processos trabalhistas bilionários que ainda assombram os números financeiros da antiga Via, fora as polêmicas relacionadas aos controladores, que é melhor nem entrarmos no assunto.

Tudo isso contribuiu para uma forte degradação dos resultados e do valor de mercado da companhia. Como todos já devem saber, as cotações das ações seguem os resultados das empresas no longo prazo.

Desde 2021, os papéis da varejista já desvalorizaram -94%, e a pergunta que não quer calar é: será que existe uma luz no fim do túnel?

Gráfico apresenta desvalorização de -94% dos papéis de VIIA3 desde 2021.
Fonte: Bloomberg

Prejuízo e plano de transformação

No 2T23, a dona da Casas Bahia e da Ponto (antiga Ponto Frio) seguiu vendo suas margens serem comprimidas e entregou mais um prejuízo, desta vez de R$ 492 milhões (nos últimos 12 meses, a empresa já acumula mais de R$ 800 milhões em prejuízo).

Contudo, na mesma divulgação, a companhia também anunciou um plano de transformação até 2025, buscando estabilizar suas operações, aumentando a geração de caixa e retomando sua rentabilidade.

Para isso, realizará algumas mudanças estruturais, como o fechamento de até 100 lojas, redução de despesas de pessoal e de estoques, entre outras, que visam um incremento de mais de R$ 1 bilhão em seu LAIR (lucro antes do imposto de renda) no período.

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Postado originalmente por: Nord Research