Os investidores estão com uma visão um pouco mais cautelosa em relação à Bolsa brasileira como um todo em 2023, dado o risco político e fiscal, bem como o alto interesse pela renda fixa.
Alocação em renda variável
De acordo com pesquisa da XP, a maioria dos investidores ainda possui alocação baixa em renda variável. 80% dos investidores têm de 0% a 25% da carteira em renda variável e 14% entre 26% e 50%. Ainda, 4% das pessoas possuem de 51% e 75% do total nessa classe, e apenas 1% entre 76% e 100%.
A pesquisa ainda mostra que a maioria dos investidores quer diminuir posições em renda variável.
A maioria (58%) dos investidores pretende manter a parcela de renda variável, dois pontos percentuais a menos que em comparação a abril. Já 33% das pessoas buscam diminuir a posição nessa classe, o que representa uma alta de 11 pontos percentuais em relação ao mês passado, e somente 9% dos clientes planejam elevar a alocação, queda de dez pontos percentuais no mesmo intervalo.
A alocação em renda fixa segue elevada devido à manutenção da taxa Selic a 13,75% ao ano, nesse patamar desde agosto do ano passado.
Conforme a pesquisa, cerca de 80% dos investidores estão interessados em Tesouro Direto e 58% em fundos de renda fixa. As pessoas têm interesse menor em fundos imobiliários (47%) e fundos multimercado (45%).
Não venda bolsa em baixa
Os percentuais mostram que o mercado brasileiro de ativos de risco ainda está em processo de atingir um maior estágio de maturidade, como já é visto em países desenvolvidos atualmente. Não é para menos, afinal, ainda temos apenas 2% da população que investe em bolsa de valores no país.
Muitos investidores, principalmente os iniciantes, acabam alocando uma parcela de seus portfólios em bolsa muito maior do que deveriam ou que está de acordo com seus perfis de investimento e, em cenários de queda, acabam vendendo suas posições por muito menos do que pagaram anteriormente, acreditando não existir luz no fim do túnel.
Como diria o maior investidor individual do mundo, Warren Buffett, “a bolsa de valores é uma máquina de transferir dinheiro dos investidores impacientes para os pacientes”. Não faça parte da ponta impaciente da bolsa.
Analisando o cenário atual, mesmo com incertezas políticas e econômicas, é possível observar que a bolsa brasileira segue extremamente barata, com os principais índices acionários do país ainda negociando perto das mínimas históricas e praticamente pela metade de suas médias.
Definitivamente, este não é o momento de vender bolsa no Brasil. Se possível, a nossa recomendação é que aumente sua exposição, tendo em vista que existem ativos negociando a múltiplos ainda menores do que os principais índices e com perspectivas futuras bem acima da média do mercado.
Postado originalmente por: Nord Research
