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Finanças: Com a alta do IFIX em abril, ainda há oportunidades?

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O IFIX — índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa — registrou sua primeira alta mensal de 2023. Em abril, a composição subiu 3,52%, algo que não se via desde agosto de 2022, quando valorizou 5,76%.

Depois de um início de ano relativamente difícil, com a escalada de casos de atraso no pagamento dos aluguéis e pedidos de renegociação de diversos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), fica a pergunta: é hora de investir em fundos imobiliários?

Antes de responder, vamos analisar o cenário atual e se o desempenho positivo dos fundos pode continuar nos próximos meses.

Por que o IFIX encerrou no “azul” em abril

O desempenho positivo do Ifix em abril foi reflexo principalmente do fechamento da curva real de juros em prazos mais longos, ocorrido pela redução das incertezas fiscais, ao menos nessa leitura inicial do mercado.

Se no início de março vimos as taxas dos Tesouros IPCA+ de longo prazo chegarem a patamares superiores a 6,5% a.a., de lá para cá, vimos uma queda acentuada dos rendimentos oferecidos por esses títulos, chegando a valores mais próximos dos 6% a.a.

Esse movimento beneficia os ativos de risco como um todo, incluindo os fundos imobiliários.

Isso porque esses títulos são o principal custo de oportunidade do investidor, sendo utilizados para estimar o valor justo dos fundos de tijolo, por exemplo. Assim, quando as taxas desses títulos caem, é esperado algum movimento de valorização dos FIIs, em especial dos de tijolo, como ocorrido no último mês.

Essa relação inversa fica muito clara quando comparamos o desempenho do IFIX com a taxa do Tesouro IPCA+ com Juros semestrais 2050, por exemplo.

Relação do IFIX e a taxa do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050
Relação do IFIX (azul) com a taxa do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 (branco). Fonte: Bloomberg

Como fica a alocação de FIIs no cenário atual?

Com a inflação desacelerando e a possibilidade de redução do juro até o final deste ano, as classes de FIIs que podem melhor capturar esses movimentos são realmente os Fundos de Tijolo e os Fundos de Fundos Imobiliários (FOFs), principalmente por estarem muito descontados em relação ao valor patrimonial, mas também pela possibilidade de uma melhor precificação de seus ativos em função da queda do juros, conforme comentado acima.

No caso dos FIIs de Papel, há uma expectativa de redução em seus resultados e, por sua vez, nos rendimentos em um cenário como esse. Afinal, a inflação mais baixa gera um menor resultado proveniente da correção monetária dos CRIs e a Selic mais baixa afeta aquelas operações atreladas ao CDI.

Postado originalmente por: Nord Research