fbpx
Pular para o conteúdo
  • Home
  • NORD Research
  • Finanças: BBDC4 recua -20% após balanço do 4T23. Bradesco está em crise?

Finanças: BBDC4 recua -20% após balanço do 4T23. Bradesco está em crise?

Image

O Bradesco (BBDC4) reportou resultados do 4T23 abaixo das expectativas de mercado e com indicadores inferiores ao guidance.

As ações do banco caem -20% no mês, refletindo o resultado ruim.

A pergunta que não quer calar é: a queda da ação do Bradesco tem justificativa ou existe exagero?

Desempenho ações do Bradesco após divulgação de resultado.
Fonte: Bloomberg

O baque do Bradesco

O grande choque do mercado foi que os resultados do ano passado ficaram fora do guidance na maior parte dos indicadores, mesmo depois de revisões após os dados do segundo trimestre.

O lucro recorrente do Bradesco no 4T23 totalizou R$ 2,878 bilhões, alta de +80,4% na comparação anual. No entanto, considerando eventos não recorrentes, como provisões para reestruturação de agências e passivos contingentes (possíveis obrigações ainda não confirmadas pela companhia), o lucro do banco cresceu apenas +18,5%.

A margem financeira com clientes, que possui maior impacto nos resultados do banco, apresentou queda de -3,3% na comparação anual em função da melhora de margem nas operações de crédito (consignado, financiamento imobiliário) com clientes. 

55% do resultado veio de seguros                   

Dos segmentos mais rentáveis, pela resiliência dos resultados independentemente da situação do mercado, os resultados foram positivos para as receitas de seguros, previdência e capitalização, com crescimento de +10,3% na comparação anual, mas ruins em serviços bancários, com queda de -2,4% em relação ao 4T22.

Inadimplência e carteira de crédito 

Dos segmentos menos rentáveis diante da oscilação com o mercado, o banco apresentou queda de -1,6% na carteira de crédito expandida. A queda é explicada pelo segmento de pessoa jurídica (responsável por 58% da carteira total) nas linhas de capital de giro e financiamento ao comércio exterior.

A inadimplência do Bradesco ficou estável em relação ao 4T22 diante da melhora da carteira de crédito para pessoas físicas, o que é bastante positivo do ponto de vista de melhora na qualidade da carteira daqui para a frente. De acordo com o banco, o pior já passou.

Projeções do Bradesco para 2024

A companhia foi bastante vocal em focar o ano de 2024 em transição, como indicado em seu guidance, que orienta o mercado a observar um possível crescimento em suas linhas de negócio.

Guidance Bradesco 2024.
 Fonte: Bradesco RI

Consideramos bastante positiva a mudança da gestão e a estratégia de otimização de recursos (em especial, agências) para melhorar a rentabilidade. 

A PDD (provisão para devedores duvidosos) estável na comparação anual sinaliza que o banco não imagina ter piora de cenário pela frente.

Atualmente, o ROE da companhia está em 10%, bastante abaixo dos pares do mercado, como Itaú (ITUB3), com 21%, e BTG Pactual (BPAC11), de 23,4% no 4T23.

Receba conteúdos e recomendações de investimento gratuitamente











Obrigado pelo seu cadastro!

Acompanhe nossos conteúdos por e-mail para ficar por dentro das novidades.

O plano de virada

O novo CEO, Marcelo Noronha, promete um grande plano de reestruturação

Manchete do Brazil Journal diz 'Noronha promete melhora gradual, briga por mercado e guidance pé no chão'.
 Fonte: Brazil Journal

Percebemos bastante conservadorismo nas falas do novo CEO, além de um guidance bastante “pé no chão”. Se exceder as expectativas, que foram planejadas para os próximos cinco anos, a empresa pode se beneficiar dos resultados e das cotações acompanhando.

Ação do Bradesco: recomendações

Com a queda de ações do Bradesco, o BTG superou o Bradesco e se tornou o terceiro maior banco listado na B3 em valor de mercado.

  • Itaú – R$ 312 bi 
  • Nu – R$ 223 bi
  • Banco do Brasil – R$ 169 bi
  • BTG – R$ 162 bi 
  • Bradesco – R$ 138 bi

Não temos recomendação de compra para as ações do Bradesco em nenhuma de nossas carteiras atuais, mas entendemos que ter até 5% dos papéis BBDC4 até o preço-teto de R$ 15,00 para capturar possíveis movimentações táticas e dividendos futuros pode ser interessante. Essa seria puramente uma posição estratégica para capturar o turnaround do banco.

Dessa forma, reforçamos que a orientação acima deixa o investidor que possui as ações de BBDC4 responsável pela diligência e pelo acompanhamento da posição em questão.

Reforçamos os pontos mais positivos da tese envolvendo uma nova gestão para focar na reestruturação do banco, além de números que mostram que aparentemente o pior já passou. 

Dos pontos de atenção, reforçamos a alta remuneração da administração com (ainda) baixíssimos resultados e o foco do banco em carteira de baixa renda (baixa retorno em relação ao investimento), o que poderá ser bastante negativo para os resultados.

É natural esperar que o CEO reforce estratégias para ser mais eficiente e focar na redução de custos desde já, dado que o plano para atender à população de baixa renda demanda volume e automação para gerar grande escala (vide modelo de negócios do Nubank).

Feitas as ponderações, reforçamos que a posição do Bradesco seria unicamente de forma tática, a capturar possíveis movimentações na reestruturação, além do risco de diligência por parte apenas do investidor.

Para a nossa carteira de longo prazo, BTG Pactual (BPAC11) é a nossa preferência no setor de bancos na carteira Nord Ações, com foco em ganhos com a valorização das cotações diante do crescimento dos resultados no longo prazo.

Na carteira, mantemos o acompanhamento 24 horas das teses que acreditamos ser resilientes para o longo prazo.

Postado originalmente por: Nord Research