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Finanças: Banco Central sobe a Selic para +12,75 por cento

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Por Marilia Fontes

Ontem o Banco Central (BC) subiu a Selic de +11,75 por cento para +12,75 por cento ao ano como amplamente esperado pelo mercado.

Você deve lembrar que na reunião anterior o BC tinha avisado que ia subir, mas que pararia por aí. E que +12,75 por cento já seria compatível com a convergência da inflação para a meta.

Mas entre a reunião anterior e esta, tivemos dois números de inflação bem ruins, mostrando que ainda não temos nenhum indício de que a inflação está sendo controlada.

Fonte: Banco Central. Elaboração: G1

Dada essa realidade, o Banco Central foi obrigado a rever suas expectativas e nesta reunião avisou que:

Para a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude.”

Ou seja, teremos mais uma alta. No entanto, será menor do que 100 pontos base. Provavelmente 50 pontos base, levando a Selic para +13,25 por cento ao ano.

Essa alta também já é esperada pelo mercado, portanto não teremos nenhuma grande alteração dos preços de mercado e das taxas dos títulos públicos.

“Marilia, mas se o Banco Central está dizendo que teremos mais uma alta adicional e depois a inflação será controlada, será que já não está na hora de entrarmos em prefixados ou IPCA+ para vislumbrar uma queda nas taxas de juros no futuro, ganhando com a marcação a mercado?” – você deve estar se perguntando.

Na minha visão, ainda não! E isso deriva de três fatores:

Fator 1) A inflação ainda não está controlada

Da mesma forma que o Banco Central se surpreendeu com os últimos dados de inflação, o que fez com que ele tivesse que prolongar o ciclo de alta da Selic, a autarquia poderia novamente ter que fazer a mesma coisa.

Nós só teremos o ciclo realmente se encerrando quando os dados de inflação mostrarem sinais consistentes de inversão e, por enquanto, isso não está acontecendo.

Fator 2) A política monetária tem que ser auxiliada por uma política fiscal (também restritiva)

De nada adianta o Banco Central subir a Selic se o governo acaba gastando mais. Uma política fiscal expansionista leva à perda de eficácia da política monetária.

Mas estamos em ano de eleições no Brasil, e isso influencia a política fiscal. Tanto porque os políticos tendem a fazer políticas mais populistas quanto porque não sabemos quem será o próximo governo e a próxima equipe econômica. Isso significa que não podemos ter segurança de que a política fiscal será contracionista.

Postado originalmente por: Nord Research