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Blog do Leo Lasmar: Na sua estreia, Zé Ricardo não troca seis por meia-dúzia.

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O Cruzeiro, enfim, voltou a vencer. E, mais do que isso, convenceu, sobretudo pela atuação no segundo tempo. Não poderia ter estreia melhor para o técnico Zé Ricardo, que teve participação fundamental para a construção do placar de 3 a 0 sobre o Santos.

O Cruzeiro precisava, de qualquer maneira, voltar para a casa com os três pontos. Não só para interromper o jejum de oito rodadas sem vencer no Brasileirão, mas também para conseguir gerir a pressão sobre o novo técnico. A tabela começava a preocupar. Eram quatro pontos a mais que o Santos, na zona do rebaixamento.

E foi melhor do que a encomenda. Ainda que não tenha sido um time brilhante, o Cruzeiro demonstrou maturidade para aproveitar as brechas oferecidas pelo Santos. Brilhou Zé Ricardo, que enxergou as oportunidades da partida e melhorou o time para sacramentar a vitória.

De início, o treinador mudou pouco. Atacou com dois atacantes pelos lados, usou uma referência na frente e deu liberdade para Vital aparecer como um meia à esquerda. Manteve a estrutura mais utilizada por ele em sua carreira e que vinha, em termos de qualidade de atuações, dando certo com Pepa.

Sem a bola, Zé Ricardo alterou um pouco o posicionamento do time. Na marcação, usou duas linhas de quatro e teve Vital à frente com Gilberto. Ainda que o Cruzeiro tenha roubado algumas bolas no campo adversário no primeiro tempo, houve um desajuste quanto à compactação da equipe. Natural, para um primeiro jogo.

Em geral, o primeiro tempo foi tecnicamente ruim. Muitos erros de passe e pouquíssimas chances claras. Os dois times até tinham alguns espaços, principalmente pelos lados, mas demonstravam dificuldades na fase final da construção. A impressão é que ambos montaram suas estratégias focadas em transições rápidas, que acabaram não acontecendo.

Até em função deste cenário, o gol de Matheus Jussa nos minutos finais do primeiro tempo foi fundamental para o andamento da partida. Aumentou a pressão sobre o adversário e deu espaços para o Cruzeiro, enfim, explorar as subidas em velocidade. E foi naquele momento que Zé Ricardo conseguiu controlar a partida.

O segundo tempo começou com o Santos mais ativo no ataque, principalmente com jogadas pela esquerda. O técnico do Santos, Diego Aguirre, fez três mexidas no intervalo, abriu mão de um meio-campista para ter dois atacantes de área e conseguir ocupar o campo do Cruzeiro. Em contrapartida, abriu brechas em sua defesa.

Zé Ricardo respondeu. Colocou Machado ao lado de Jussa, ganhando mais vitalidade na marcação e a qualidade de Lucas Silva no campo ofensivo; tirou Gilberto da referência e dificultou a vida dos zagueiros santistas com Bruno Rodrigues; colocou Nikão para enxergar o jogo de frente e municiar os velocistas em meio à saída de Messias e João Basso da área.

Funcionou e, com maturidade, o time matou o jogo. Após as substituições, o Cruzeiro controlou totalmente o Santos. Não na retranca, mas com a bola no pé, deixando o adversário longe da sua área. Conseguiu cadência, com Lucas Silva e Nikão, mas usou também a velocidade, com Bruno Rodrigues e Wesley. Foi eficiente, marcou mais dois gols e teve um final de jogo tranquilo.

Para além da atuação, o Cruzeiro leva de positivo os indícios de recuperação de jogadores como Bruno Rodrigues e Nikão. Em um elenco curto, a potencialização de cada peça é fundamental, principalmente com a janela fechada para contratações. E esses dois jogadores, especificamente, estão entre as referências técnicas do grupo.

O saldo geral da estreia de Zé Ricardo é positivo. Além do resultado, conseguiu deixar boa impressão no que diz respeito ao trabalho dele. Tem pontos a corrigir, principalmente na compactação defensiva, e certamente será muito mais exigido contra o Fluminense. Mas, para o momento, teve o mais importante: uma vitória para ter paz no início do trabalho.

Por Por Guilherme Macedo – GE