Ontem Tia Marli me ligou. Na hora não pude atender, pois estava dirigindo. Tenho tentado evitar falar ao volante enquanto dirijo por dois motivos, perda de concentração e estar transgredindo a lei de trânsito. Mas, o motivo da ligação foi evidente, ela estava preocupada comigo. Pensava que poderia estar doente, ou passando por um problema e por isso não estava fazendo minhas postagens de reflexões diárias.
Um pouco mais tarde liguei para ela e expliquei o motivo da minha falta. Como muitos sabem tenho uma pequena loja de aluguel de produtos para festa, mas devido à pandemia não estamos podendo trabalhar a contento tendo meu ganho reduzido a quase zero. Então nada tem faltado ao meu sustento pessoal, mas quanto minha empresa ela tem se endividado e a dívida é crescente. E isso me incomoda, apesar de não ser o meu nome, mas o de uma pessoa jurídica que está em jogo.
Então há alguns dias meu irmão caçula fez uma reforma geral na casa de mamãe. Juntamos muita sucata e livros que não tinham serventia e como ela consentiu que tirássemos tudo se vendêssemos o fiz. Foi quando me veio à ideia de trabalhar com venda de reciclados. Resolvi então sair mais cedo no período que eu geralmente faço meus devocionais e escrevo minhas reflexões para coletar papelões, plásticos, latinhas e sucatas. E tem dado certo, pois estou conseguindo pagar algumas contas colocando-as novamente em dia e estou me preparando para acertar num breve período as maiores que ficaram pendentes.
Então o motivo que não estou postando minhas reflexões está em minha incompetência de administrar meu tempo. E escrever leva tempo, já que é necessário pensar, escrever e corrigir (e mesmo assim ainda escrevo com muitos erros). No entanto, não tenho deixado de fazer meus devocionais, mas tive que adaptar um pouquinho à forma de fazer. Então tenho ouvido na voz de Cornélio Augusto a Bíblia falada ao invés de ler, e tenho permanecido em oração enquanto trabalho madrugada a fora ao invés de me ajoelhar para fazê-lo.
O autor de provérbios diz assim: “digno de ser escolhido é o bom nome do que muitas riquezas” e também que “o preguiçoso diz: há um leão lá fora, serei morto no meio da rua”. Existem duas verdades aplicáveis a nossa vida.
Primeiro todo trabalho dignifica o homem, então não há vergonha no trabalho, há vergonha na perversidade. Ser ladrão não é trabalho, vender seu corpo não dá honraria a pessoa, enganar pessoas não é algo que se conte como vantagem, a não ser para pessoas pérfidas. Mas trabalhar edifica e gratifica, no entanto o preguiçoso coloca empecilhos para executar qualquer tarefa. Ele dirá “não estudei para isso”, “não me sujeito a isso”, ou mesmo “não posso aceitar um trabalho inferior”. Desculpas esfarrapadas para alguém que não deseja trabalhar.
A segunda verdade é que o bom nome é mais valioso que muitas riquezas. E para mim, o bom nome que está sobre mim é o de Cristo. Pois, quando o meu credor me olha diferente ele não diz “olha o malandro”, ele diz “olha o crente”, ou mesmo “que Deus ele serve para não honrar seus compromissos?”, e assim por diante. Então é claro que ter um bom nome é excelente, mas desonrar o “nome bom de Cristo Jesus” é algo que eu não desejo. Por isso estou me esforçando para regular minha situação.
Quanto aos meus devocionais diários eu fiz uma mudança de planos, não postarei mais até às oito horas, mas farei no decorrer do dia. Pois, com certeza encontrarei tempo para escrever e enquanto for possível farei o que é digno para honrar o nome do Altíssimo através de meu trabalho.
Um grande e forte abraço!
Nos eternos laços do amor de Cristo e de seu Nome que é sobre tudo e todos.
Rodrigo Fonseca Andrade
Um servo que segue confiante, pois creio no poder do Senhor e nas grandes coisas que ele faz.
Obs.: Se você tiver algo que pode ser reciclado e queira me chamar você tem meu número. 😀
