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Finanças: Você aguenta a dor?

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O pensamento independente é doloroso, mas fundamental para quem deseja superar o mercado.

Indo contra o consenso

A psicologia prova que ser “do contra” deixa as pessoas assustadas.

Estar em discordância com o consenso ativa partes do cérebro responsáveis por processar emoções, como o medo.

Quando um posicionamento contrário resulta em exclusão social, até partes do cérebro que processam dores físicas reais são ativadas.

Infelizmente, tomar uma decisão que difere do consenso no mundo dos investimentos é o equivalente a buscar rejeição social.

Comprar ações que todos estão vendendo, e vender ações que todos estão comprando é doloroso. E, obviamente, evitar a dor é um instinto natural humano.

Porém, felizmente, ser um “contrarian”, apesar de doloroso, é uma estratégia que vai te render excelentes frutos na bolsa.

John Templeton, que em 1999 foi reconhecido pela revista Money Magazine “indiscutivelmente o maior stock picker global do século”, sempre defendeu a importância de se “evitar a manada” ao investir.

É impossível produzir uma performance superior, a não ser que você faça algo diferente da maioria.

Sozinho na multidão

Porém, simplesmente apostar contra o mercado também não é a solução. Fazer a mesma coisa com o sinal trocado, não é uma estratégia inteligente.

Mais importante do que ser um contrarian, é ser um pensador independente.

E, infelizmente, outra comum falha humana é não conseguir enxergar nosso comportamento como ele realmente é.

Tendemos a enxergar o comportamento alheio como demonstração de sua natureza subjacente, enquanto nossa próprias ações são apenas consequências das circunstâncias.

Estes vieses podem nos convencer erroneamente de que somos pensadores independentes.

Superar o demônio da conformidade não é uma tarefa simples.

Mas existem três elementos que podem nos ajudar a alcançar a independência de raciocínio ao investir:

O primeiro deles é ter a coragem de ser diferente.

Ir contra a opinião dominante, ter uma visão destoante do consenso e agir de acordo com essa visão.

O segundo, é ser um pensador crítico.

Joel Greenblatt nos ensina que que para ser um bom investidor de valor é preciso ter percepções de valor diferentes das do mercado, mas que também é crucial entender por que o mercado não está enxergando o valor.

Joel Greenblat, fundador da Gotham Capital. O hedge fund que administrou entre 1985 e 2006 tem um dos retornos com maior destaque na área.

Finalmente, é preciso perseverança para não desviar de sua visão.

Benjamin Graham, pai do Value Investing, nos ensina a ter a devida devoção a nossa visão de valor quando temos convicção nela. Assim como, a não cair na tentação de seguir as modas, ilusões e a não entrar na corrida pelo dinheiro rápido do mercado.

Para ser um investidor de valor bem sucedido não é preciso ser um gênio. Razoável inteligência, princípios e firmeza de caráter são o suficiente.

Não seja um acadêmico

Os acadêmicos do campo das finanças são um ótimo exemplo, do que não fazer.

A obsessão com modelos matemáticos elegantes e o amor com a hipótese dos mercados eficientes dominam os departamentos econômicos e financeiros das universidades.

Aqueles que ousam desafiar a ortodoxia são evitados e desencorajados a expressar seus questionamentos. Os jornais acadêmicos atuam como guardas na supressão de idéias que contradizem a sabedoria tradicional.

Não é por acaso que estão há décadas presos a teorias como Hipótese de Mercados Eficientes, o CAPM e seus derivados e a Teoria Moderna do Portfólio, sem observar grandes avanços na área.

E também não é por acaso que o Investidor de Valor se baseia nos aprendizados e ensinamentos do maiores e melhores investidores de todos os tempos (não dos acadêmicos) para definir sua filosofia, princípios e processos de investimento.

Aprendemos com que ganhou muito dinheiro na prática e buscamos replicar o melhor de cada grande investidor.

Não seguimos, nem vamos contra o mercado, buscamos apenas a linha de pensamento independente.

Às vezes, precisamos de muita disciplina e paciência, para nos mantermos firmes em nossas teses.

Mas este é o melhor caminho que conhecemos para aproveitar as maiores discrepâncias entre preço e valor encontradas na bolsa.

Abraço,

Rafael Ragazi.

Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

Postado originalmente por: Nord Research