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Finanças: Otimismo toma conta do mercado

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Após notícias positivas de uma possível vacina contra o coronavírus, bolsas ao redor do mundo tiveram altas fortes.

Após notícias positivas de uma possível vacina contra o coronavírus, bolsas ao redor do mundo tiveram altas fortes.

A bolsa da Alemanha subiu incríveis 5,5 por cento. Já nos Estados Unidos, a alta foi de 3 por cento. No Brasil, o Ibovespa subiu 4,7 por cento, voltando a patamares acima de 81 mil pontos.

O real, que era o patinho feio das moedas emergentes, valorizou 2,39 por cento, batendo as outras moedas de longe. Os juros brasileiros, principalmente os longos, caíram cerca de 15 pontos base.

As treasuries (juros americanos) subiram de taxa, em cerca de 5 pontos base, em um movimento que chamamos de risk on. Ou seja, investidores saindo de ativos mais conservadores e aumentando ativos de risco.

Risco político? Que risco político?

O mercado ignorou, solenemente, todos os ruídos políticos que tomavam conta do noticiário nesta manhã.

Não houve escândalo com Flávio Bolsonaro que fizesse com que o mercado deixasse de acompanhar o otimismo global.

É importante pontuar isso para que vocês, que estão começando agora, percebam como os ativos se comportam.

Nossas bolsas podem operar crises internas, principalmente na ausência de uma tendência relevante lá fora.

Mas quando o cenário global se alinha, tanto para o bem quanto para o mal, nós dificilmente escapamos. O Brasil entra em uma cesta de mercados emergentes, e vai em bloco recebendo ou exportando risco.

Vacina é a esperança

A vacina é muito importante para os mercados, pois representa uma esperança de reabertura econômica rápida.  

Mesmo com vários países anunciando a saída da quarentena, ainda temos um medo coletivo, o que desacelera a retomada das atividades.

Pessoas imunizadas se sentiriam mais confiantes para sair de casa e voltar às suas atividades normais.

O maior risco econômico que enfrentamos é uma postergação da necessidade de confinamento. As pessoas e empresas, que hoje ainda conseguem manter suas obrigações em dia, iriam aos poucos perdendo essa capacidade a cada mês a mais que a pandemia durasse. Até que, no limite, sobrariam poucos em pé.

A vacina eliminaria este risco de cauda, dando um dia certo para o isolamento acabar. O que é, de fato, uma bala de prata nos mercados.

Balanço dos Bancos

No balanço dos bancos grandes e médios que já foram liberados até agora, ainda não conseguimos ver grandes variações de inadimplência.

Bancos como Itaú e Bradesco fizeram grandes provisões, antecipando um cenário ruim pela frente. Os bancos médios mais conservadores também seguiram a mesma tendência, reduzindo parte do seu resultado trimestral.

Já os bancos médios mais alavancados, com linhas de crédito arriscadas e recente crescimento da carteira de crédito, ainda mostram números animadores no trimestre.

As medidas do Banco Central que permitem renegociação de dívida sem aumento de provisões também deve poluir um pouco a análise dos balanços do semestre fechado.

Talvez, conseguiremos ter um cenário mais fidedigno de inadimplência e resultados, apenas, no terceiro trimestre de 2020. Até lá, cuidado com seu CDB de taxa alta!

Queda da volatilidade é bom para a Selic

Se o mercado reduzir o pessimismo recente e simplesmente baixar a volatilidade dos ativos de risco, devemos ver a Selic caindo para 2,25 na próxima reunião do Copom.

O relatório Focus, que aponta a expectativa dos economistas, mostrou uma Selic já em 2,25, mesmo com aumento do câmbio. O principal motivo são as seguidas revisões de inflação para baixo, inclusive abaixo da meta.

Para 2020, o Focus tem uma previsão de 1,59 por cento para o IPCA, sendo que a meta é 4 por cento. Esse número furaria o limite inferior da banda de tolerância do Banco Central, fazendo com que ele passe pelo constrangimento de escrever uma "cartinha" para o Senado se explicando.

Para 2021, o Focus tem 3,20 por cento, ainda abaixo da meta de 3,75 por cento. Seriam 3 anos sem cumprir a meta de inflação. Por isso, o Banco Central se sente tão pressionado por novas quedas de juros.

Basta uma moeda sem grandes desvalorizações e uma curva de juros comportada para que o BC siga no seu plano.  

Outras boas notícias

Além de tudo isso, algumas commodities, como minério de ferro e petróleo, também tiveram ontem uma alta forte com 5 e 11 por cento, respectivamente. Isso ajudou bastante nossas gigantes da bolsa: Petrobras e Vale. Além de PetroRio, que subiu incríveis 20 por cento.  

O governo também chegou a um acordo com as elétricas para um pacote de ajuda. O governo ficaria responsável pela queda no consumo, enquanto as empresas se responsabilizariam pela inadimplência (que seria financiada com o aumento de tarifas).

No meio de tantas notícias ruins que recebemos todo santo dia, é bom ter um dia de otimismo, não é mesmo?

Um abraço,

Postado originalmente por: Nord Research